Grupo de teatro paraense estreia espetáculo 'Lírio e o Andarilho' em São Paulo

 Coletivo Cultural Achados e Perdidos estreia peça neste sábado (19) em perfil no Instagram

"Lírio e o Andarilho" fala sobre feminicídio, patriarcado e saúde mental. (Divulgação / Elza Coehn)

Feminicídio, patriarcado e saúde mental são temas presentes na peça “Lírio e o Andarilho” do Coletivo Cultural Achados e Perdidos que estreia amanhã (19) com apresentação online pelo perfil @ccdiversidade, a partir das 19h. O grupo de teatro, idealizado pelo artista paraense Igor Moura, mostra o texto inédito criado alguns anos atrás. O espetáculo, que conta com todos os atores paraenses e residentes na capital paulista, teve o apoio da Lei Aldir Blanc, em São Paulo.

O espetáculo também dirigido por Igor Moura conta no elenco com Caio Quaresma, Nihannah Metralha, Valéria Lima, Renan Coelho, Ivy Garcia e Léo Lima. A peça foi idealizada em 2018, poucos meses antes de Igor Moura se mudar de Belém, durante a disciplina de dramaturgia, ministrada pela professora Wlad Lima, no curso técnico em ator da Escola de Teatro de Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA). Um dos exercícios da disciplina era anotar os sonhos que os alunos tinham durante a noite. Foi a partir disso que Igor começou a montar a obra. “Comecei a escrever tentando criar conexões entre os símbolos e personagens que os sonhos traziam e criar contextos com as poesias que eu já escrevia”, conta.

Em meio às várias reflexões nascidas no exercício da escrita, o autor pensou sobre as simbologias das flores. Essa reflexão o levou ao nome das personagens: Antúrio, Margarida, Rosa, e o protagonista, Lírio. A peça trata sobre os estereótipos de gênero, a força de uma vivência não-binária e suas relações familiares. Em meio a falas com lirismo, o protagonista Lírio se questiona sobre gênero, padrões e sexualidades.

Alguns elementos amazônicos foram utilizados em uma metodologia que pudesse desvendar potencialidades dos artistas, como por exemplo, o tecnobrega utilizado para trabalhos corporais, os rios da bacia amazônica e a floresta como estética na encenação e pesquisa.

Desenvolvido em meio a uma pandemia, o Coletivo precisou fazer adaptações no processo de produção. "O espetáculo foi produzido em um esquema de encontros híbridos, com ensaios presenciais e online até fevereiro deste ano, mas devido aos aumentos de casos, preferimos encontrar uma forma de trabalhar cada um em sua casa, o que também tem sido uma grande novidade para todos nós. Mesmo assim, ressalto que em todos os encontros presenciais a equipe foi testada para Covid 19”, explica o idealizador.

O teatro do Centro Cultural da Diversidade, primeiro espaço público de cultura do Brasil voltado diretamente para produção cultural e educação LGBTQIA+, transmitirá o espetáculo por meio do perfil no Instagram (@ccdiversidade).

Agende-se

Espetáculo “Lírio e o Andarilho” 

Coletivo Cultural Achados e Perdidos 

Data: sábado (19) 

Horário: a partir das 19h.     

Apresentação online pelo perfil no Instagram @ccdiversidade

Edição: Alek Brandão
Fonte: O Liberal (texto e imagem)