Emidio Contente expõe em SP

A artista plástica baiana Nilda Neves apresenta sua exposição individual “Meu Sertão” a partir d amanhã, 16h às 22h, na Galeria Mezanino, em Pinheiros, em São Paulo. Ela ocupa um dos espaços da galeria paulistana, que também recebe obras do artista plástico paraense Emidio Contente. As mostras - que são organizadas pelo galerista Renato De Cara, ficam em cartaz gratuitamente até o dia 10 de outubro de 2015.
Nilda Neves começou a pintar quando precisou ilustrar a capa do seu segundo livro “O Belo Sertão”, lançado na Bienal do Livro em São Paulo, em 2010. Sua pintura espontânea revela o imaginário de seres, personagens, cenas do cotidiano, festas populares e recantos da sua cidade natal, Botuporâ, sertão da Bahia, carregadas de um toque de realismo fantástico e naïf. Produz com grande avidez em seu diminuto ateliê em Pinheiros. A curadoria conjunta é de Renato de Cara e de Eugênia Gorini Esmeraldo. 
Paralelamente, o fotógrafo Emidio Contente apresenta a série fotográfica “Lágrimas Artificiais” - que também se desdobra em objeto, instalação e vídeo, com curadoria de Diogenes Moura, formada por vários olhos sadios e outros que fotógrafo registrou sob efeito de diversas drogas que reagem no olho. A série questiona as ideias que construímos sobre liberdade e sentimentos, que por vezes são líquidos e fluídos e outras podem solidificar-se. As fotos são passadas do negativo para folhas de papel de um bulário (lista de remédios/drogas e pequenos textos sobre seus efeitos) de medicina oftalmológica através de cianotipia - técnica fotográfica resultante da reação entre dois sais de ferro que se revelam em vários tons de azul após o processo de revelação e lavagem.
OS ARTISTAS
Nilda Neves nasceu em 1961, em Botuporã, no sertão da Bahia. Vive e trabalha em São Paulo, capital. Em Brumado (BA), estudou contabilidade e teve seu segundo filho. Com a família morou em várias cidades do estado e, ao divorciar, voltou para sua cidade natal, onde foi professora particular e de escola pública, ensinando matemática. Chegou a ter restaurante, fazendo muito sucesso. Perdendo parte da família nos anos 1990, resolveu vir para São Paulo em 1999 e, em 2010, escreveu o romance “O Lavrador do Sertão” em três dias. Logo depois lançou “O Belo Sertão”, com os seres lendários do Brasil, na Bienal do Livro do mesmo ano. 
Para produzir a capa do livro resolveu ela mesma pintar e, desde então, não parou mais de produzir, contando suas lembranças e histórias do sertão. Hoje, em seu pequeno ateliê, possui um acervo com mais de 2 mil pinturas, além de músicas e esculturas.
Emídio Contente nasceu em Belém (PA), em 1988. Vive e trabalha em São Paulo, capital. Fotógrafo e artista visual paraense, graduado em comunicação social e pós-graduando em Fotografia (FAAP). Seu trabalho possui uma poética singular, utilizando-se de uma fotografia adulterada, com técnicas fotográficas pouco convencionais, para abordar um universo delicado, denso e algumas vezes melancólico. Na série ‘Cobogó’, por exemplo, se utiliza de furos de tijolos como recurso para a construção de uma câmera, criando um plano dividido em seis imagens distintas que remetem ao olhar decupado do cubismo e da película cinematográfica. 
Participou de diversas exposições coletivas e salões de arte como Salão Arte Pará, Muestra Internacional de la Fotografia Estenopeica – México, Ruídos e Silêncios: “Corpos Flutuantes”, “(sub) versos”, “100menos10” e Indicial – Fotografia Paraense Contemporânea. Foi ganhador do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia” e do “Movimento Hotspot”, ambos em 2013. Possui obras nos acervos públicos e coleções particulares, como o do Museu de Artes Brasil Estados Unidos/MABEU, Associação Fotoativa e Museu de Arte Contemporânea Casa das Onze Janelas.