Um convite ao delírio



Tudo começou com o quadrinho “Sandman”, de Neil Gaiman, lido nos primeiros anos do século XXI, deu um salto de 500 anos para o passado, até à pintura onírica dos mestres medievais da pintura flamenga Pieter Breughel e Hieronymus Bosch, na volta passou pelo Movimento Surrealista da primeira metade do século XX - e, pronto, agora está reunido na primeira exposição individual de Diego Barata: “Delírios - Sonhos - Desejos”, na Elf Galeria, de 1 a 30 de setembro.
O artista relata as idas e vindas da sua criação: “Em 2012, um amigo me sugeriu a leitura de um quadrinho incrível, “Sandman”, do Neil Gaiman, que recomendo, e lendo esse quadrinho descobri três personagens: o Sonho, a Delírio e o Desejo...” Foi o primeiro passo, e o artista comenta o seu entusiasmo durante essa largada: “Foi incrível o modo que Gaiman apresentou estas personagens, pensar neles como conceitos/máximas maiores que os próprios deuses que a humanidade criou. Mas aí me veio à questão de quão próximos são esses conceitos, afinal, quem nunca desejou algo tão profundamente que se tornou um sonho, mesmo que seja um delírio? E foi dessa inquietação que descobri a munição para as três séries de gravuras”. 
“Delírios - Sonhos - Desejos” reúne as séries de xilogravuras “O Delírio triunfante”, inspirada nas cenas criadas por Brueghel e  Bosch,  “Cenas de um Sonho”, representados por pequenos pardais e “Easy to Use”,  com matrizes menores “quase como tipos móveis, que registram um curto manual de instruções”. Diogo conta que, já antes da leitura de “Sandman” já gostava muito do Surrealismo: “Sou bem mais criativo dormindo do que acordado e de uns dois anos pra cá criei o hábito de escrever ou desenhar os sonhos da noite passada assim que eu acordo - e isso vem me rendendo um bom caldo.”.