A qualidade das produções do artista Millôr

Millôr: obra gráfica reúne 500 originais de um artista de difícil classificação. Humorista, dramaturgo e jornalista, Millôr fez do desenho seu principal meio de expressão, tornando-se referência para diversas gerações. 



A exposição que fica em cartaz de 16 de abril, às 18h, até 21 de agosto de 2016 no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro, é a primeira retrospectiva dedicada aos desenhos do humorista, dramaturgo e tradutor. Em 500 originais, os curadores Cássio Loredano, Julia Kovensky e Paulo Roberto Pires mapeiam os principais temas que estiveram presentes ao longo de 70 anos de produção do artista. Ao ganhar as galerias, os desenhos, feitos principalmente para serem publicados na imprensa, revelam a força e a complexidade de uma obra fundamental para a arte brasileira. Acompanha a mostra um livro que, além de reproduzir os originais, traz ensaios críticos e uma cronologia de vida e obra de Millôr.
A mostra divide em cinco grandes conjuntos a obra gráfica de Millôr, dos autorretratos à crítica implacável da vida brasileira, passando pelas relações humanas, o prazer de desenhar e a imensa e importante produção do “Pif-Paf”, seção que manteve na revista O Cruzeiro entre 1945 e 1963. O acervo de Millôr, que reúne mais de seis mil desenhos e seu arquivo pessoal, está sob a guarda do Instituto Moreira Salles desde 2013.


Os grandes conjuntos


“Millôr por Millôr” traz os desenhos em que o artista encontra-se consigo mesmo. Personagem inventado pelo cidadão Milton Viola Fernandes, Millôr é um desses casos em que criador e criatura tornam-se uma coisa só, com a liberdade de referir-se a si mesmo na terceira pessoa: “Millôr isto”, “Millôr aquilo”, “Millôr avisa”, “Millôr tem razão” etc. Essa parte da exposição apresenta uma coleção de autorretratos e variações do seu próprio nome.
“Pif-Paf, o laboratório” mostra seu primeiro grande trabalho como colunista da revista O Cruzeiro, onde trabalhou de 1945 a 1963. No início da coluna “Pif-Paf”, embrião de tudo o que faria ao longo da sua longeva carreira, Millôr apenas escrevia o texto, ilustrado pelo cartunista Péricles. Pouco tempo depois, assumiria o trabalho todo, texto e desenho. Neste núcleo, estarão expostos os leiautes preparados para a coluna junto com as páginas impressas, para permitir que o visitante conheça o processo jornalístico.
Em “Brasil” e em “Condição humana”, Millôr percorre a vida do país e dos brasileiros tratando com seu humor característico, ácido, desde as grandes questões da política e da economia até os embates cotidianos do homem com a morte, o casamento e a vida familiar. As obras serão apresentadas em seus suportes originais, com anotações e imperfeições que o flagram no ato de criação e, ao mesmo tempo, não o sacralizam. Millôr é apresentado de forma plena, e seu trabalho, da maneira como melhor o entendia: impresso, sobretudo em jornais e revistas.
O último núcleo, “À mão livre”, traz seus exercícios essencialmente visuais, que revelam a primazia e o prazer do olhar. Céus, sóis, cães e gatos, ratos como cobaias, peixes, galinhas, uma dezena delas... São desenhos feitos quando estava ao telefone, ou sem qualquer compromisso de publicação.
Millôr: obra gráfica, exposição e livro, propõe uma visão de conjunto sobre uma obra que, de forma fragmentada, fez e faz parte da vida dos brasileiros.

Informações para a imprensa IMS


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Edição: Roberto Lisboa
Fonte: Site do Instituto Moreira Sales

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