Colunas & Colunistas - A Opnião de Carlos Ferreira
Te Segura Leão!
Sandro planeja o fim da carreira
Pelos planos de Sandro, a torcida do Paysandu só vai vê-lo jogando até o final de 2011. Aos 37 anos, completados em agosto, Sandro está amadurecendo a decisão de pendurar as chuteiras. Ainda não sabe o que vai fazer ao parar de jogar. É justo que os bicolores planejem, desde já, uma festa digna para a despedida do capitão mais vitorioso da história do clube. A primeira homenagem já recebeu ao ser incluído, com todos os méritos, no time bicolor de todos os tempos, em promoção do jornalista Ferreira da Costa, historiador do clube.
Sandro aguarda resultado de uma pesquisa para saber quantos jogos já disputou pelo Papão. Já foram quase 300, com 41 gols em campeonatos estaduais, campeonatos brasileiros, Copa do Brasil, Copa dos Campeões, Copa Libertadores e amistosos. O primeiro foi num Re-Pa, de pênalti, no dia 1º de junho de 2000, três meses depois da estreia, contra o Vênus (0x0).
Revelação do Goiás, Sandro veio para a Tuna em 1996 junto com o irmão Warlley, ambos trazidos por Flávio Goiano, na época jogador tunante. Warlley era o reforço, mas quem deu certo foi Sandro, o “contrapeso”. Depois de quase ser dispensado, pela demora para perder peso, tão logo entrou em forma Sandro decolou para o sucesso, construindo uma história gloriosa que inclui o Paraná Clube, Caxias/RS, Paysandu, Grêmio/RS e Sport Recife.
Uma costela fora do lugar
Sandro saiu do Sport Recife, ano passado, como ex-jogador. Os médicos do clube pernambucano não viram possibilidade de curá-lo das dores que já o impediam de praticar o futebol. Depois de recorrer a outros profissionais da medicina, em Goiânia, Sandro foi encaminhado ao osteopata Cleides Ramos, que logo fez o diagnóstico: uma costela fora do lugar. Em duas horas torcendo o corpo do jogador de um para o outro, depois de muitos estalos, o osteopata garantiu: “Você está curado. Pode ir jogar o seu futebol”. Sandro diz que na hora não acreditou, mas no dia seguinte já confirmou ao fazer todos os esforços físicos que antes não conseguia.
A costela fora do lugar trouxe Sandro de volta para o Paysandu. Caso contrário, teria renovado o contrato com o Sport. Mas a volta nessas circunstâncias também foi a antecipação do projeto de encerrar a carreira no Papão, manifestado a este colunista quando disputava a Copa Libertadores pelo Sport Recife, em 2009. Afinal, além da identificação e dos sentimentos que o prendem ao Papão, já tinha raízes familiares em Belém. Sandro é casado com a jornalista Mariana Eleutério. Se conheceram no trabalho. Ela como repórter da Mais TV, entrevistando-o. No último domingo o filho Davi, de 10 meses, entrou em campo pela primeira vez, no colo do pai, vestindo o uniforme alviceleste.
Uma “xepa” às avessas
Da carne de pescoço que foi o futebol do Remo até agora, tudo o que a torcida azulina quer é a evolução gradativa até o contrafilé do acesso à Série C e o filé mignon do título nacional. O que chama atenção é a “xepa” às avessas que o clube está promovendo nos ingressos. O contrafilé começa valendo 50% do que foi cobrado na carne com osso (jogos da primeira fase). A arquibancada vai custar apenas 10 reais, domingo, no jogo contra o Vila Aurora.
A promoção é bem mais arrojada do que havia sido informado à coluna. O Remo parece ter desistido do plano de valorização do Programa Sócio Torcedor – motivo dos altos preços cobrados na primeira fase – para priorizar o potencial da torcida e a união de forças. Uma decisão acertada para quem entra na reta do “mata mata”.
Bola parada improdutiva
O time atual é um dos mais altos que o Remo já teve. Marlon, Velber, Gian e Canindé são especialistas em bola parada. Por que, então, não há aproveitamento de faltas e escanteios? Pelo contrário, no Amazonas e em Cametá o Leão tomou gols em escanteios.
Em Rondonópolis, Velber e Canindé abusaram das cobranças de escanteio fechadas demais. Marlon, o melhor nas cobranças da direita, nem se habilitou, provavelmente intimidado. O fato é que o Remo não está tirando proveito do que poderia ser uma arma decisiva nesta Série D, além de estar negando fogo com a bola rolando.
BAIXINHAS
* Pelas posições atuais, o adversário do Paysandu na próxima fase é o Alecrim, único dos possíveis adversários que não tem nenhum ex-bicolor. O ABC tem o técnico Leandro Campos, o lateral Renatinho e o volante Ricardo Oliveira. Tem ainda o atacante Gabriel Silva, potiguar de Macaiba, que jogou no Pará em 2008 pelo Vila Rica.
* No CRB está o atacante Luciano Dias, que fez apenas um golzinho no Campeonato Paraense pelo Papão, contra o Ananindeua. E no Campinense, que tem pequenas chances de classificação, está o técnico Suélio Lacerda que foi jogador (volante) do Paysandu em 1995.
* Quem herda a camisa de Gilsinho para o duelo do Leão com o Vila Aurora? Giba vai experimentar as opções. Chances maiores para Helinton ou Zé Carlos, com recuo de Velber, e para Betinho, que cumpre a mesma função. Paulo André e Vando, recém-promovidos do sub 20, também são da função.
* O Paysandu pode negociar um jogador que está por conta de decisão da Justiça para ser desvinculado ou mantido no clube? Ou ainda, pode obrigá-lo a se transferir para outro clube? Poderia suspender o contrato alegando desobediência e cobrar a multa rescisória (R$ 2,5 milhões)? A este leigo parece óbvio que não.
* Foi uma cartada que por enquanto só serviu para demonstração pública de impotência. Mais uma vez, o presidente Luis Omar esbravejou e fez ofensas à toa. Chamou de “pilantras” os procuradores do atleta e classificou como “roubo” a cobrança de 15% do valor do empréstimo, para depois descobrir que esse é um direito legal.
* Nada disso estaria acontecendo se lá atrás, no primeiro contrato, o clube não tivesse deixado de recolher INSS e FGTS, como também deixou nos primeiros meses deste ano, e só atualizou esses pagamentos graças a um alerta providencial do advogado Alberto Maia.
* Remo tem data para eleição presidencial. Será dia 11 de dezembro. Não está descartada a candidatura de Amaro Klautau à reeleição. O Paysandu terá eleições gerais em novembro: mesa da Assembléia Geral, novo Conselho Deliberativo e nova diretoria, com Luis Omar querendo a reeleição.
* Com Aldivan suspenso e Zeziel contundido, abre-se concorrência entre Edinaldo e Márcio Goiano pela lateral esquerda do Papão no jogo do Acre. Chance para Márcio Goiano estrear, depois de dois meses de trabalho em Belém.
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