Mídias piratas são apreendidas em arrastão no centro de Capanema



Ação contra o comércio ambulante realizada na manhã desta quinta-feira (13/02), apreendeu milhares de DVDs piratas no centro de Capanema, nordeste paraense. A abordagem foi realizada pela Guarda Municipal, sob o Comando do Capitão Aviz, Secretário de Segurança do Município e o apoio da Polícia Militar. Um caminhão foi utilizado para remover as mesas improvisadas dos vendedores. As mídias foram encaminhadas para a Delegacia da Polícia Civil de Capanema, onde serão feitos os procedimentos cabíveis.




Fonte: Click Pará


 P de ponto, V de Vista  -  Por Paulo Vasconcellos 

O desemprego é escandaloso no Brasil, apesar de contestações feitas por instrumentos do Governo Federal e no Pará, além dos altos índices de violência, também é grande o número de pessoas disponíveis para o mercado de trabalho. O município de Capanema, por sua vez, não está isento desses índices, pois é comum serem encontradas pessoas sem qualquer tipo de ocupação laboral.
O comércio alternativo passou a ser opção imediata para quem quer obter o sustento, tendo as ruas e até as calçadas de prédios de todas as categorias, servido de “balcão” de negócios para pequenos empreendedores, motivados pela falta de emprego, tantas vezes colocadas em retóricas de combate por parte de políticos que falam isso somente em época de campanha. Em Capanema não tem empregos, não tem indústrias suficientemente para atender a demanda e quem sente o impacto social/econômico se dispõe a trabalhar nas ruas vendendo esse ou aquele produto. As contravenções, proibidas por leis, surgem como agravantes e nocauteiam os infratores de pequeno porte que não em amparo sequer para defesa de seus atos.
O governo anuncia de ponta a ponta do pais, que está combatendo ou tentando acabar com a famigerada população de miseráveis ofertando a eles as “bolsas-esmolas”, que atormentam o cidadão, provocando o comodismo e a desempregabilidade. As vítimas são os componentes de famílias de baixa renda que tentam ganhar o pão de cada dia vendendo bugigangas nas portas dos prováveis fregueses  que chegam até fazer caras feias quando se deparam com um vendedor ambulante lhe oferecendo algo. Nas ruas de Capanema, no centro comercial, são encontrados todos os tipos de vendedores ambulantes, indo da rede até o picolé, cantados em verso e prosa pelo vendedor, como produtos de boa qualidade. Dentre tantos produtos estão aqueles “proibidos”, sempre expostos nos tabuleiros de quem vende a espera de um bom apurado para sustentar a família. Os Cds e DVDs “piratas”, são cobiçados pela ala responsável em fiscalizar que de forma dura inibe os trabalhadores informais com atos até certo ponto truculentos. Apreender as mercadorias consideradas “piratas” é dever das autoridades, mas no Brasil inteiro a prática da venda desses produtos tem sido “permitida”, mesmo sendo feita de forma irregular, mas que poderia ser liberada, ante os tantos problemas de corrupção que vemos todos os dias.
O pobre que luta pela sobrevivência não vê qualquer maldade ou prática de crime, sair de sua casa de manha cedo para vender mídias não originais e isso pode ser considerado até como inocência da parte de quem comercializa, pois o curto  orçamento familiar o  obriga  a se submeter aos riscos da contravenção. O que dói no coração das pessoas sensíveis é que poucas são as ações dos governos em tentar minimizar os casos de miséria e em Capanema não é diferente. Fica uma pergunta no ar a espera de resposta convicta: Confiscar mercadorias nas ruas e incriminar os praticantes de tal ação é solução para uma cidade que passa por momentos delicados em sua estrutura governamental?
Façamos exames em nossas consciências e procuremos meios legais para sairmos da relação dos atos inconcebíveis que praticamos. Espera-se que haja reflexão compartilhada por quem estar no poder e às vezes abusa dele.  

Em tempo – A título de sugestão: Seria bom se o governo proibisse a fabricação de mídias virgens pois só assim poderia evitar a pirataria.


Edição: Dyah Sousa