Museu de Arte Contemporânea de Niterói será tombado

Niterói— Considerado uma das maravilhas arquitetônicas do mundo moderno, o Museu de Arte Contemporânea (MAC), desenhado por Oscar Niemeyer, será tombado, ainda este mês, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). De portas fechadas desde o último dia 13, o cartão-postal que se tornou símbolo de Niterói passará por uma extensa reforma prevista para durar, pelo menos, três meses. As obras, orçadas em R$ 5 milhões — que serão captados com o poder público e a iniciativa privada — foram acertadas por meio de uma parceria entre a prefeitura, a direção do próprio museu e o Iphan.
Apesar de fechado internamente, o MAC vai continuar funcionando com atividades abertas ao público na área externa. Além disso, o Centro de Atendimento ao Turista, a loja de suvenires e o BistrôMac, no subsolo, estão abertos. Na última quarta-feira, técnicos do Iphan e do museu participaram de uma reunião para definir questões sobre a reforma e o tombamento, que será publicado em Diário Oficial nos próximos dias. Segundo o superintendente do Iphan no Rio de Janeiro, Ivo Barreto, falta apenas a entrega de dois documentos para que o tombamento do MAC se torne oficial.
'Percebemos que faltavam detalhes, como o documento com a planta original do prédio. O que será publicado no Diário Oficial é um tombamento provisório, mas já terá todo o valor legal do tombamento em si. Depois dessa fase, uma banca do conselho do Iphan analisa tudo e, aí sim, sai o tombamento final. É importante dizer que nós nem entendemos como o MAC ainda não é tombado oficialmente, por toda a importância arquitetônica e cultural que ele tem. É um museu mundialmente conhecido', enfatiza Barreto, lembrando que, com o tombamento, será possível atrair mais investimentos.
Ainda de acordo com o superintendente do do Iphan, o objetivo do tombamento é preservar o valor histórico e arquitetônico do MAC, impedindo que haja uma descaracterização com o tempo. Assim, o instituto se torna responsável por analisar e autorizar qualquer obra ou reforma que porventura vier a ser feita no museu.
Segundo o diretor do MAC, Luiz Guilherme Vergara, serão muitas as mudanças que vão acontecer no museu, que ganhará iluminação externa de LED e projeto de acessibilidade.
'Faremos a troca do piso, mas não sabemos ainda se vamos manter o carpete ou se o substituiremos por outro tipo de material; vamos mudar ainda todo o sistema de ar-condicionado, que é muito antigo e até pifou em fevereiro. Além disso, trocaremos as lâmpadas por outras mais sustentáveis, especialmente as da área externa, que ganhará um projeto de iluminação de Peter Gasper. Vamos também investir em acessibilidade. Após a reforma, as pessoas que tiverem algum tipo de deficiência conseguirão chegar ao restaurante sem dificuldades, uma vez que um elevador dará acesso aos subsolo', lista o diretor.
Caminho Niemeyer é avaliado
Apesar de estar previsto para três meses, o fim da reforma, admite Vergara, pode atrasar, devido a um desnível no mezanino identificado pelo grupo que se reuniu na última quarta-feira:
'É uma diferença de cerca de 15 centímetros. Se os técnicos avaliarem que precisamos retirá-lo, só essa fase da obra já duraria 95 dias, o que atrasaria bastante. Mas se isso não for necessário, conseguimos resolver essa questão em dois meses, e aí mantemos o prazo inicial de entrega, de três meses'.
Todo o programa de trabalho faz parte do Plano de Governo 2015 para a celebração dos 20 anos do MAC, que será comemorado em 2016. Também estão previstas na reforma a construção de uma nova reserva técnica, a impermeabilização do teto e a substituição das grades que envolvem o museu por vidros. Futuramente, neles seria afixada a programação.
Outras obras de Niemeyer estão sendo avaliadas pelo Ipahn e também poderão ser tombadas, como o Caminho de Niemeyer; o Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba; e o Edifício Copan, em São Paulo. No entanto, ainda não há previsão para que isso aconteça.