Artista plástico Angelo Venosa morre no Rio aos 68 anos

 


Um dos maiores escultores do Brasil, Venosa criou, em quase 40 anos de carreira, obras surpreendentes.



Morreu nesta segunda-feira (17), no Rio, aos 68 anos, um dos maiores escultores do Brasil. Em quase 40 anos de carreira, Angelo Venosa criou obras surpreendentes.


Madeira, tecido, ferro. Materiais da natureza e da indústria viraram formas criadas para provocar os sentidos e a memória. A gente observa e tenta associar a algo que já conhecemos. Uma, por exemplo, seria um fóssil de dinossauro? A gente pode até tentar, mas elas insistem em ser diferentes de tudo o que já vimos.




São criaturas do reino particular de Angelo Venosa. No limite entre a fauna e a flora, o familiar e o estranho. Frutos de uma pesquisa aperfeiçoada em quatro décadas. No ateliê, o artista demorava a se decidir sobre a realização de cada vértebra das estruturas gigantes.

“O que importa não é onde você vai chegar. O barato é esse caminho, que você não sabe para onde é, você vai fuçando, você não sabe direito o que você quer. Isso que é legal.”


A escultura que virou marca da praia do Leme ganhou um apelido dos cariocas: "Baleia". O paulistano Angelo Venosa viveu a maior parte da vida no Rio. Fez parte da conhecida geração 80 que se formou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, na zona sul da cidade.
"O Angelo foi a voz poderosa das transformações da tridimensionalidade dos anos 80 até os dias de hoje. Suas obras permanecem como uma força poderosa da escultura e da arte brasileira. Angelo Venosa é e será sempre o artista maior para todos nós", diz o curador Marcus Lontra.

"Sempre muito curioso. Construiu corpos poéticos através de imaginários esqueletos que sustentavam sua esperança em um mundo amigo e solidário. Descanse em paz, meu amigo", afirma a artista plástica Beatriz Milhazes


Considerado por críticos o escultor mais inventivo da arte brasileira contemporânea, Angelo Venosa representou o Brasil na Bienal de Veneza. Também participou das bienais de São Paulo e do Mercosul. Tem obras nas coleções de vários museus no Brasil e no exterior. Deixou esculturas espalhadas por parques e jardins.
“É um processo de adpatação constante. Zero sofrimento nisso. Eu ter conseguido fazer este trabalho me dá assim uma sensação ótima, por que eu fico pensando: 'Será que eu vou conseguir fazer ainda mais?' E eu gostei muito do que eu fiz, gostei do resultado. Então, é mais do que: ‘Ah, que bom que eu consegui fazer’. Não, ficou legal. Que bom que eu consegui fazer e que bom que ficou bom.”

O corpo de Angelo Venosa será velado na quarta-feira (19) no Crematório São Francisco Xavier, no Rio, das 11h às 13h.

Fonte: g1/Jornal Nacional 
Fotos: Divulgação 

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