105 Anos: O Clube do Remo é o filho da Glória e do Triunfo


No dia 09 de junho de 1905, foi publicado no "Diário Oficial" do Estado, os Estatutos do maior clube do norte do Brasil, o Clube do Remo, onde o artigo 15 descreve a primeira bandeira do Filho da Glória e do Triunfo: "A bandeira do Clube do Remo será composta de um retângulo azul marinho, tendo ao centro uma âncora branca, em sentido oblíquo, circulada por treze estrelas da mesma cor".

Um grupo composto por vinte desportistas tornou-se responsável pela fundação do "Clube do Remo", talvez sem imaginar o futuro glorioso que esperava esta agremiação, ou mesmo, o significado do movimento que daria origem a uma das maiores forças do esporte nacional.

Os jornais da época registraram este acontecimento nas páginas reservadas aos assuntos esportivos, local onde sempre o nome do Clube do Remo seria referido às grandes glórias.

Aquele grupo de heróis viu rapidamente crescer a "família azulina", logo o número de sócios começou a se multiplicar, ultrapassando o número de 50 "atletas azulinos". Predestinado à glória, também nos esportes náuticos, em atendimento à própria inspiração do nome que lhe foi dado, o CLUBE DO REMO organizou uma regata com um programa que marcaria sua inauguração oficial. Modernos equipamentos do esporte de remo foram encomendados na Europa.

No dia 15 de maio de 1905, com a presença de 28 associados, foi tratada a organização de uma regata que em homenagem à Adesão do Pará à Independência Nacional, foi realizada no dia 15 de Agosto daquele ano, o que comprova o espírito cívico dos primeiros remistas.

Os pioneiros azulinos não pensavam apenas na área esportiva, mas integrado por gente da sociedade os azulinos começavam a se destacar pelos empreendimentos sociais, e um piquenique foi programado para a manhã do dia 14 de julho de 1906, a bordo do vapor "Ipixuna", sob os acordes de uma excelente orquestra, os associados e convidados foram à ilha de Tatuoca, local escolhido para festa.

Contam os jornais que no momento que a embarcação tocou a ilha do Mosqueiro, o Remo foi saudado por muitas girândolas e foguetes, tendo ainda uma banda que tocava uma entusiástica marcha, sendo correspondida de bordo por tiros de canhões e revólveres.

O Futebol Azulino

Segundo alguns registros, em 1913, dava-se a apresentação oficial do quadro de futebol do clube do Remo. No campo da praça Floriano Peixoto, no dia 21 de Abril ( feriado nacional em homenagem a Tiradentes).

A primeira escalação do Clube do Remo: Bernardinho, Varrelman e Eurico; Dudu, C. Aimé  e Mamede; Galdino, Mário, Antonico, Dudu(?) e Rubilar.

O clube do Remo enfrentou o Guarany Futebol Clube, desafiante, formado por: Aldo, Waldemir e Joaquim; Bento (Bruno de Menezes), Americano e Pedro; Braga, Arlindo, Arthur, Ipixuna e Cunha. O resultado deste jogo não é conhecido, porém, no dia 13 de maio (abolição à escravatura no Brasil), o O Remo se apresentou com algumas alterações, e venceu o jogo pelo marcador de 4 a 1, destacando vários comentários da imprensa como este : "É-me grato registrar que o campo se achava marcado de acordo com as regras do jogo britânico, e mais ainda que os jogadores mostraram-se obedecer fielmente as decisões do referee, não havendo, durante o jogo, um gol sequer".

Outros encontros de futebol iriam se registrar e deles o Remo sempre participava, adestrando-se para as futuras competições oficiais que a Liga de Futebol, criada naqueles dias iria patrocinar. Assim um encontro com o União Esportiva já tinha data marcada para o dia 15 de junho daquele ano, no mesmo local, isto é, o campo de praça Floriano Peixoto. O remo saiu-se vitorioso pelo escore de 2 a 0.

A mudança de nome (de Grupo do Remo para Clube do Remo) se deu em 15 de Agosto de 1911. O Uniforme do "Leão Azul" já era composto por camisas na cor azul escura, com bordas nas mangas e golas brancas, calção e meias brancas.
 

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