Primeiro Plano - Notícias de Agora

Edição: Paulo Henrique 

Projeto leva religião para ressocializar presos
Projeto leva religião para ressocializar presos (Foto: Mauro Ângelo)
Setenta por cento dos presos da Marambaia são evangélicos (Foto: Mauro Ângelo)

Proporcionar aos detentos mais do que diz a lei de exigências penais, dando apoio jurídico, religioso e também assistência aos familiares, a fim de dar mais chances ao êxito na ressocialização. Isto é que objetiva o projeto “100% Liberdade”, realizado há dois anos pela Igreja do Evangelho Quadrangular em parceria com a Superintendência do Sistema Penal (Susipe), que escolheu a manhã do último sábado, para promover uma programação socioeducativa com os detentos e seus familiares.

O local escolhido foi a Central de Triagem da Marambaia, onde o projeto iniciou. “Assumi a direção daqui e na mesma época conheci o Pastor Walber e o trabalho que ele desenvolvia com ex-detentos na Igreja, então resolvemos unir forças”, relembrou o capitão Marco Sirotheau. “Em outubro do ano passado foi realizado o primeiro batismo e hoje, dos 120 detentos, 70% são evangélicos, o que tornou o local mais tranquilo, sem rebeliões, motins ou fugas”, completa.

Antes de se tornar pastor, Walber ficou encarcerado por sete meses e observou que muitos dos colegas de cela tinham possibilidades de reintegração total à sociedade. “Eles ficam revoltados não só por estarem presos, mas por deixar a família em dificuldade e à mercê de traficantes. Então quando saem da cadeia, já estão endividados, e sem ter equilíbrio e tranquilidade, é mais fácil voltar ao crime.” Segundo o pastor, 43 ex-detentos integram o ‘100% Liberdade’, visitando os detentos e suas famílias para levar apoio e evangelizar. Aproximadamente 20 deles estão trabalhando em empresas parceiras do projeto, ou em iniciativas como a Fábrica Esperança. “Sabemos que eles precisam ter direito à saúde, assistência jurídica e ações educacionais, mas também achamos que é importante dar espaço para as religiões e projetos como este da Igreja Quadrangular, que resgatam a fé e dão auxílio às famílias, fornecendo cestas básicas e trabalhando pela ressocialização do preso e inclusão no mercado de trabalho”, apontou Justiniano Alves Jr. superintendente da Susipe. (Diário do Pará)

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