Elisa Arruda abre “Essa é você”

Nanquim Mostra pode ser visitada a partir de hoje no Espaço do Banco da Amazônia

“Um jogo perigoso”. É assim que Elisa Arruda, citando o texto de Fauzi Arap conhecido na voz de Maria Bethânia, define a série de desenhos em nanquim denominada “Essa é você”. “É um jogo onde eu me exponho bastante e, por isso mesmo, o público feminino se identifica, porque são questões das mulheres em geral”, diz a artista de 28 anos. Assim como no texto de Arap, o jogo de Elisa “busca chegar ao limite possível de aproximação” entre a arte e a vida. Amores, paixões, desilusões, dúvidas, canções e poemas são o princípio de tudo. A série é como um olhar minucioso, de fora de si, onde ela “se livra das palavras” para, sem medo e com o peito aberto, seguir em frente. Um total de 50 trabalhos da série ficam em exposição no Espaço Cultural do Banco da Amazônia, de hoje a 6 de maio de 2016, com entrada franca.
“Eu comecei a desenhar como designer”, conta Elisa, que fez mestrado no Cosmob, em Pesaro, Itália. O desenho livre surgiu há cerca de 4 anos, primeiro com grafite, depois com nanquim. “No início, a minha preocupação era aprimorar o traço. Quando eu comecei a desenhar a série “Essa é você”, me desliguei um pouco da técnica, no sentido de não tentar reproduzir a realidade, mas principalmente traduzir o que estava sentindo, como eu me via, a aura da mulher”, explica. Mãe de dois filhos, Elisa conta que a busca pelo autoconhecimento foi determinante para o seu desenvolvimento como artista. “Eu procuro falar de mim e das coisas que me inquietam. Os desenhos são uma forma de enxergar as minhas questões sob muitos pontos de vista”, revela, enfatizando que, mais importante que o resultado final, é a mensagem por trás de cada trabalho.
No total, a série “Essa é você” é composta por cerca de 70 desenhos, dos quais 60 são em preto e branco. No começo, as mulheres apareciam sem qualquer preenchimento. Depois, Elisa experimentou pintá-las de preto. “Percebi que o preto sugere alguma coisa que está cheia, carregada. Nos meus desenhos, as mulheres sem preenchimento são mais ingênuas. As mulheres negras são mais maduras. 

Edição: Roberto Lisboa
Fonte: O Liberal/Magazine