Leila Pinheiro leva identidade com Belém dentro da alma e do canto




Desde a década de 90 Leila Pinheiro leva o nome de Belém em sua trajetória musical por todo o país. A cantora construiu carreira interpretando canções de grandes nomes da música popular brasileira, como João Gilberto e até Renato Russo. Apesar de uma proximidade maior com gêneros musicais não diretamente ligados a Belém, Leila conta que leva a identidade da cidade no trabalho.
“Levo Belém dentro de mim, da minha alma, em tudo que sou, canto e faço. Minhas raízes mais profundas são paraenses, o ser humano que sou, nasceu em Belém. Sou filha de pais paraenses, os primeiros 20 anos da minha vida foram vividos intensamente em Belém. Somos inseparáveis, a minha cidade e eu. Como escreveu Joãozinho Gomes na letra de ‘Longe Perto’ feita para mim, parceria dele com Nilson Chaves: ‘Eu nunca fui embora / mesmo quando parti / fui voltando pra tua porta / vivo chegando aqui’”, conta Leila.
Para Leila, que tem formação musical mais ligada à MPB, a popularização dos artistas de Belém é de encher de orgulho. “Enquanto morei em Belém, a música paraense forte e muito presente na minha vida era a de Paulo André Barata. Para mim, um dos maiores compositores do mundo. Ouvia e tocava Waldemar Henrique. Ouvi o carimbó do Pinduca, o bumba meu boi que passava na porta da nossa casa em Mosqueiro, no Farol", diz.
Leila Pinheiro também lembra de crescer ouvindo os discos de MPB nacionais. "Cresci ouvindo mesmo a MPB que desabrochou a partir dos anos 60, nos grandes festivais de música e nos vinis que chegavam todo mês do Rio [de Janeiro] para meu pai, com os grandes lançamentos da época", complementa.
Mesmo com a formação na MPB não impediu a cantora de ter orgulho da riqueza da música paraense. "Isso não me impede de morrer de orgulho e de alegria vendo a música paraense com seus ritmos contagiantes e absolutamente representativos da nossa cultura, serem reconhecidos e ocuparem lugares de imenso destaque na cena brasileira e mundial. Isso é maravilhoso, é uma conquista dos artistas paraenses (e nossa Fafá veio na frente, puxando esse imenso cordão) na minha humilde opinião e sem cabotinismo – somos um povo com uma musicalidade imensa, forte, absolutamente especial e diferenciada. Somos sim!”, orgulha-se.


Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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