Projeto Jazz N’ Blues leva dueto de blues para a Casa do Fauno



O ano começa ao som de blues no Reduto, na região central de Belém. Escolados no gênero musical, o vocalista e gaitista Val Fonseca e o guitarrista e violonista Davi Amorim têm encontro marcado nesta sexta-feira (11) no projeto Jazz N’ Blues, do espaço gastronômico e cultural Casa do Fauno, a partir das 22 horas.
O show Val Fonseca & Davi Amorim Blues Duo repete a dobradinha que deu certo no final do ano passado, e que levou muitos fãs de blues ao casarão do Fauno. “Há tempos eu chamava o Davi Amorim pra fazer esse trabalho de blues comigo, mas, todas as vezes que a gente marcava pra se reunir, acontecia um imprevisto, ou comigo ou com ele. Quando conseguimos encaixar os horários, trocar material, ensaiar, o resultado daqueles!”, conta Fonseca.
No repertório há blues tradicional, jazz blues, blues de vanguarda, música instrumental e até canções brasileiras, incluindo algumas do rei Roberto Carlos, em levada de blues – isto é, executadas com notas baixas, estrutura musical circular e cantadas com aquele toque de “sofrência” que remonta à escravidão negra no sul dos Estados Unidos, onde nasceu o gênero.
“De fato, nosso repertório é eclético, valorizado com minhas intervenções de gaita e com solos de violão e guitarra do Davi, que são eletrizantes. Um show com o mais puro espírito do blues, no qual mostraremos um pouco do que a gente aprendeu durante esses anos todos trabalhando com a cultura musical afro-americana e brasileira”, sintetiza o gaitista e vocalista.
Nascido em Belém, Val Fonseca começou como vocalista da banda Falsos Adeptos, na vila de Icoaraci, na década de 1990. O início da carreira remonta ao primeiro Rock 24 Horas. Encarou os estudos de gaita (harmônica) a partir de 1997 – hoje tem uma coleção delas, ostentadas num cinturão que faz parte do próprio figurino no palco –, inspirado no estilo de grandes mestres como Jean Jaques Milteau, Sugar Blue, Charlie Musselwhite, Flavio Guimarães, e outros.
Fonseca estudou teoria musical no conservatório Carlos Gomes, passou três anos em Brasília, onde aprimorou técnica em vários estilos musicais como o blues, jazz, regae, MPB e rock, e nesse meio-tempo desenvolveu uma didática própria para ministrar aulas e ajudar a outras pessoas a desenvolverem habilidades musicais. Na capital Federal, participou de bandas importantes como Oficina Blues, Power Trio, e Tijolada Reggae. De volta a Belém, remontou a banda Índigo Blues, produziu shows próprios, toca permanentemente na noite e atualmente está focado num novo projeto de músicas autorais e ao estudo ensino de gaita diatônica.
O autodidata Davi Amorim é mais do que violonista e guitarrista. Ele também é arranjador, compositor e produtor musical. Profissionalizado ainda na década de 1990, gravou muitos CDs com artistas paraenses, participou da Orquestra de Música Latina da UFPA, e estava entre os músicos que representaram o Pará no ano do Brasil na França, em 2006. Também participou do Projeto Pixinguinha.
Ainda em 2006, Amorim integrou a turnê europeia de Fafá de Belém, e em 2010 foi o diretor musical do show Canto das Águas que Fafá apresentou no Sesc Pompeia, na capital paulista. Participou do Projeto Mais Educação, do Governo Federal, como professor de violão, e é frequentemente convidado para participar de programas de rádio e TV. Atualmente está envolvido com a produção de CDs de artistas consagrados e novos, e segue carreira-solo com sua banda de música instrumental.


Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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