2020 será o 'Ano Cultural Ruy Barata'


O ano do centenário de um dos mais maiores nomes da cultura paraense do Século XX, Ruy Barata, será celebrado ao longo de 2020 com diversos eventos nas áreas literária, musical, teatral e das artes plásticas. Poeta, letrista/ compositor e político, Ruy Guilherme Paranatinga Barata nasceu em Santarém, no Baixo Amazonas, em 25 de junho de 1920, e faleceu em 23 de abril de 1990, aos 69 anos.
Em comemoração ao ano do centenário do poeta paraense foi aprovado, na Assembleia Legislativa do Pará, o projeto de lei de autoria da deputada Marinor Brito, do PSOL, que institui o ano de 2020 como o “Ano Cultural Ruy Barata”.
E tem ainda o Projeto Ruy Barata 100 Anos, sob a direção do filho Tito Barata, que promete lançar novas luzes sobre a conhecida obra musical de Ruy, com virada cultural; lançamento de um songbook com as partituras e letras de 80 composições do artista acompanhado de CD duplo com 22 músicas; concursos e exposições de caricaturas e ilustrações de Ruy Barata e de artes plásticas inspiradas na obra dele; show "30 anos Sem Ruy", no Teatro Margarida Schivasappa, dias 23 e 24 de abril; shows de música e poesia com artistas locais e Belém, Santarém e, ainda, possivelmente também em Marabá, Salinópolis e Salvaterra; musical inspirado na vida do artista nos dias 25, 26 e 27 de junho, no Theatro da Paz; lançamento de biografia; relançamento do primeiro livro de poemas de Ruy, "Anjo dos Abismos", de 1942; e lançamento de outro livro reunindo "Nativo de Câncer" e outros poemas dele.
Homenagens vão da produção à história 
A produção musical completa de Ruy Barata, entre composições com diversos parceiros, estará no songbook. Uma das grandes surpresas é a participação de Ney Matogrosso cantando “Foi Assim” em dueto com Dona Onete. A participação dos dois foi confirmada atendendo a convite de Paulo André Barata.
Esse é apenas o início de uma série de homenagens que tendem a se confirmar ao longo do ano, pois 2020 está prestes a ser institucionalizado como o “Ano Cultural Ruy Barata”, conforme o projeto de lei de iniciativa da deputada Marinor Brito que foi aprovado à unanimidade na Assembleia Legislativa do Pará, no final do ano, e ainda depende da sanção do governador Helder Barbalho.
“O projeto vem viabilizar que a programação relacionada às políticas públicas de cultura deste ano tenham como carro-chefe o Ano Ruy Barata e oportunizar os artistas e produtores culturais paraenses a fazerem um intercâmbio com essa memória e legado”, explica Marinor, que preside a Comissão de Cultura da Alepa.
A secretária estadual de Cultura, Úrsula Vidal, antecipou que parte da programação da 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, prevista para setembro, será dedicada ao Centenário de Ruy Barata. E a idealizadora e organizadora da Feira Leiterária Internacional do Xingu (Flix), Professora Doutora de Teoria Literária, Ivanete Coutinho, confirmou que Ruy Barata será um dos dos homenageados na edição deste ano, entre os dias 3 e 6 de junho, em Altamira, junto a Dom Erwin Kräutler.
A gravação do CD duplo está prevista para iniciar em fevereiro. “Identificamos 80 composições de Ruy Barata. Acho que não ficou nada de fora (do songbook), nem o rock n ‘roll do Ruy. Ele fez uma letra para um dos grandes roqueiros de Belém de antigamente, José Arcângelo, que se chama ‘Good bye for you’”, conta Tito Barata. “O ritmo do Ruy vai do carimbó  ao bolero”, completa.
Entre os outros 30 artistas que irão cantar as 22 músicas selecionadas para gravação, estão confirmados: Fafá de Belém, Leila Pinheiro, Jane Duboc, Andréa Pinheiro, Lia Sophia, Vital Lima, Pedrinho Cavallero e Eudes Fraga. A direção executiva é de Marco André Oliveira, que também vai assinar a direção do documentário sobre a vida de Ruy Barata.
“O Ruy, entre todos esses artistas e intelectuais, foi bastante conhecido por sua produção, mas não a história dele”, aponta Tito, que divide com Edyr Augusto Proença o roteiro do espetáculo teatral-musical que vai narrar a vida pessoal do artista. Ainda, a biografia a ser lançada será assinada por Denilson Monteiro, autor de biografias como a de Ronaldo Bôscoli e de Chacrinha, e que também colaborou com Nelson Mota na elaboração da de Tim Maia. Esse trabalho é inspirado no ensaio biográfico “Paranatinga”, de Alfredo Oliveira, publicado em 1984 e revisado em 1990, após o falecimento do artista, ambas edições esgotadas.

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto  e Foto)

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