Arte Pará encerra com Marujada e performances de artista no MUFPA
A 38ª Edição do Arte Pará encerra hoje no Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) com uma apresentação especial do grupo Marujada de Quatipuru. O evento educativo fecha o Arte Pará 2019 que teve expostas obras de 77 artistas paraenses, todas em homenagem ao escritor João de Jesus Paes Loureiro. No encerramento, a apresentação terá 40 marujas e músicos às 11h, e a partir das 12h a artista Lúcia Gomes fará quatro performances envolvendo assuntos atuais e engajados. O MUFPA está localizado na avenida Governador José Malcher, esquina com a avenida Generalíssimo Deodoro, nº 1192, no bairro de Nazaré.
A artista Lúcia Gomes tem 27 anos de carreira com diversas participações no Arte Pará e exposições internacionais na Suíça e na Alemanha. Lúcia também destaca que é moradora de Quatipuru. “O mais importante é a vivência. Eu moro em Quatipuru, e isso é o mais importante, no mais é leitura e convivência com o outro. Trocando os saberes tradicionais e não tradicionais”, explica.
As performances serão “O Beijo Fim do Holocausto”, “Pelo julgamento dos golpistas e torturadores de 64”, “Resistência”, “Birkenau Auschwitz – Três Mil numa câmara de gás. Abaixo o nazifacismo!” e “Contra o secretário de cultural nazista exonerado do Bolsonaro – o povo não fica calado”, criada enquanto lavava louça na véspera da apresentação. “O Brasil precisa rever e discutir, a arte com a técnica de performance leva às reflexões, não é só a beleza do ato em si”, declarou.
Neste ano o Arte Pará ocorreu no MUFPA, que abrigou o Núcleo As Amazonas do Pará, e no Museu do Estado do Pará (MEP) com as obras do Núcleo Deslendário Amazônico. O projeto teve 11 oficinas em parceria com o Movimento de Mulheres Artistas (M.AR) e diálogos entre o homenageado, os artistas participantes e estudantes. A arte educadora do projeto Vânia Leal ressaltou o sucesso deste ano.
“Esta edição foi muito especial por trazer o professor Paes Loureiro como homenageado do Arte Pará, e também, para além do homenageado, trouxemos a poética dele nos espaços expositivos. Os paraenses se sentiram extremamente prestigiados, o público reverberou, elevou a estima do paraense, na literatura, história, e pelos pesquisadores. Foi uma ano educativo com fóruns, debates e discussões, em cima das questões da Amazônia, que permeiam a obra de Paes Loureiro”, detalhou.
Outro ponto forte do Arte Pará foi o núcleo formado somente por mulheres no MUFPA. “As mulheres se sentiram extremamente privilegiadas, falaram sobre o machismo na arte, temos um percurso e jornada que não é muito fácil. Atitudes misóginas foram discutidas nestes fóruns e elas se reconheceram”, disse.
Vânia Leal ainda destacou o papel do projeto na formação artística de estudantes, como mediadores, e de público em geral. “Eu considero que foi uma outra conquista foi a parceria com as escolas. Participaram escolas públicas, particulares e instituições de ensino superior, foi uma comunhão total em que tivemos momentos de emoção, conhecimento, principalmente tivemos desenvolvida a crítica dos estudantes. O mais importante é formar público. O Arte Pará tem essa missão e a cumpre”.
AGENDE-SE
Projeto Arte Pará
Realização: Fundação Romulo Maiorana
Patrocínio: Vale e Faculdade Fibra.
Colaboração: SOL Tecnologia e O Liberal na Escola.
https://www.artepara2019.org
Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)
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