VIDA E OBRA DE ARIANO SUASSUNA SÃO TEMAS DE SEMINÁRIO DA FEIRA PAN


Como escritor homenageado da Feira deste ano, Ariano Suassuna é tema de várias programações, entre elas, o seminário “Ariano Suassuna: as travessias da linguagem”, que trouxe a mesa “O auto da compadecida e a Pedra do Reino”, com Augusto Pacheco e Amarílis Tupiassu e a palestra “A literatura de Ariano”, com José Castello.
Amarílis e Augusto trouxeram aos ouvintes aspectos da obra do escritor tanto nos livros, como também nas releituras para cinema e séries televisivas. Para Amarílis, o escritor foi um homem de 1000 ofícios. “Ele escreveu em suas peças e romances questões políticas e denunciou a politicagem e os politiqueiros de sempre”, analisa.
Pacheco destacou ainda a relação entre o uso de cores e o uso de poderes, afirmando que em cada cenário e personagem de Suassuna era possível identificar os grupos sociais. Jornalista e crítico literário, José Castello, criticou o preconceito ainda fortemente existente no eixo Rio-São Paulo contra escritores do nordeste, reduzindo-os a “autores, fáceis, arcaicos, populares, do povo”.
Castello considera a literatura de Ariano instigante e complexa. “Suassuna nos deixou perguntas sobre a arte no Brasil. Ele é democrático, é um escritor aberto para o mundo, é um homem do mundo”, afirma, acrescentado que o escritor tem uma obra plural, que representa o Brasil como ele realmente é.
Na plateia estavam presentes profissionais e estudantes, que ficaram satisfeitos com as falas da mesa e da palestra “conhecer um pouco mais sobre um escritor que nos deixou um legado tão rico, é sempre importante. Conheço pouco da literatura do Suassuna, e o seminário trouxe informações novas”, afirma Laís Pinheiro, estudante do curso de Letras.
Castello finalizou sua palestra dizendo que se considera mais leitor do que especialista ou crítico literário e incentivou a circulação de obras literárias do norte e nordeste em todo o Brasil. “Precisamos parar de vir aqui apenas para turismo e conhecer mais as produções literárias e culturais”, enfatiza.
O último seminário a ser apresentado na Feira será em homenagem a Mario de Andrade, com o tema “Modernismo: sou 300, sou 350”, nos dias 5 e 6, às 15h, no auditório Eneida de Moraes.

Texto: Camille Nascimento
Foto:
Ascom – Feira do Livro