LIVROS USADOS TAMBÉM SÃO COMERCIALIZADOS NA FEIRA DO LIVRO


A originalidade e o diferencial no preço de obras literárias são algumas das características típicas de quem frequenta livrarias que comercializam livros usados. Mais conhecidas como “sebo”, esse tipo de venda também está presente na XIX Feira Pan-Amazônica do Livro.
O Relicário é um dos locais onde, além de livros, é possível encontrar DVD’s, CD’s e discos de vinil. Há 30 anos no mercado de sebo, o sócio-gerente da livraria, Anderson Sales, diz que a venda e compra de livros usados é mais do que comércio, é uma oportunidade de troca de conhecimento e de formação de novas amizades.
Para o empresário, a ideia de trazer o Relicário para a Feria do Livro é por conta da carência de livros usados no mercado literário e também por oferecer exemplares a baixo custo. “Aqui é possível encontrar muitos livros que existem em outras livrarias, que são vendidos a R$70, R$60, e no sebo se compra por R$30, R$25”, explica Anderson.
No stand dele, literatura infanto-juvenil tem sido bastante procurada, como Harry Potter, Persey Jackson e Dexter. Mas há quem procure por literatura mais antiga, como as irmãs Bárbara e Maria Eduarda Macedo. Esta última, apaixonada pelo escritor Sidney Sheldon, comprou um dos dezoito romances do autor norte-americano. “Procurei demais, antes mesmo da Feira, mas é muito difícil encontrar obras antigas, então esperei a Feira do Livro e achei aqui nesse sebo”, relata Maria.
Outro ponto onde se pode encontrar livros mais antigos na Feira do Livro é na Cultura Usada. Comandada há 21 anos pelo professor Carlos Lima, ele informa que participa da Feira desde sua primeira edição e que é uma ótima vitrine para divulgar a loja e a incentivar a prática de adquirir livros usados, pois segundo ele, ainda há um certo preconceito com relação a este consumo. “Acredito que a sociedade desvaloriza o que é usado, mas as pessoas que gostam de estudar, de ler, vem ao estande, negociam, e levam o produto por um preço muito em conta. A diferença de preço entre um livro novo e um usado chega a 80%, 90%”, revela Carlos.
O estudante José Lucas Dias diz ser um apaixonado por livros antigos. “A literatura se renova mas as versões antigas são muito mais originais por isso eu sempre que vejo um sebo, paro e entro”, destaca o estudante que diz ter tomado gosto pela leitura por incentivo dos pais, através de leitura de revistinhas e depois passou a pesquisar livros mais antigos.
“Hoje, eu comprei o Sítio do Pica Pau Amrelo, de Monteiro Lobato. Faz parte da infância, e apesar de eu ser dessa geração de celulares, a literatura antiga vai passando de geração em geração, e é muito bom ter contato com uma obra lançada há anos”, finaliza o estudante.
A XIX Feira Pan-Amazônica do Livro segue até o próximo domingo, 07, no Hangar, de 10h às 22h.

Texto: Lissa de Alexandria
Foto: Anderson Silva
Ascom Feira do Livro