Livro analisa o tecnobrega do Pará

Fruto de uma pesquisa de doutorado em Comunicação Social (PPGCOM) da UFPE pela pesquisadora e jornalista pernambucana Lydia Barros, a obra “O tecnobrega no contexto do novo paradigma de legitimação musical” analisa o fenômeno musical de Belém do Pará, que introduziu a informalidade no negócio da música no país. O lançamento será na quarta-feira (26), com sessão de autógrafos na Saraiva RioMar às 19h
“O que me parecia verdadeiramente singular no tecnobrega era a capacidade de seus agentes transformarem essa produção em um negócio lucrativo de ponta, cujo dinamismo o colocava em sintonia com as tendências musicais de produção e circulação musicais globais”, declara a autora, na introdução do seu livro. Para a pesquisadora Lydia Barros, o tecnobrega é um objeto de pesquisa que tem muito a dizer dos fenômenos culturais periféricos atuais: trata-se de uma manifestação que carrega um estigma social, mas que, a despeito de se manter à margem das indústrias culturais tradicionais, cria um mercado paralelo totalmente autônomo e conectado com as novas lógicas de consumo e da tecnologia digital.
O livro “O tecnobrega no contexto do novo paradigma de legitimação musical” (Editora Appris, 253 páginas, R$ 57) defende que o brega, um gênero musical hierarquizado pelas categorias de gosto como “pobre” e “descartável”, é reconfigurado na sua vertente puramente eletrônica, o tecnobrega, por novos processos de validação e legitimação na cultura midiática, no que se chama de uma “virada” no paradigma crítico. Como insumo para a tese, a pesquisadora pernambucana usou fontes e referências bibliográficas acadêmicas variadas, de diversos campos de estudo, além de recortes de jornais, letras de músicas, capas de CD, documentos audiovisuais, fotografias e até fez entrevistas in loco. O recorte temporal vai do começo da década de 2000 a 2011.