Verequete é homenageado

Um dos maiores ícones da cultura paraense, Mestre Verequete vai ser homenageado hoje na festa Black Soul Samba. O evento é realizado na véspera de comemoração do Dia do Folclore e leva ao palco do Tábuas de Maré o grupo Curimbó de Bolso, com repertório repleto de canções do ícone popular, a partir das 21 horas. Com dois CDs lançados, a Companhia de Música Curimbó de Bolso toca música regional paraense misturada com rock, MPB e música erudita. 
Batizado como Augusto Gomes Rodrigues, o Mestre Verequete, nasceu na localidade de “Careca”, próximo à Vila de Quatipuru, em Bragança (PA), em 1926. Gravou 12 discos e se tornou uma das maiores expressões artísticas do carimbó. Seu apelido “Verequete”, foi recebido enquanto trabalhava na Base Aérea. Em entrevistas, Mestre Verequete dizia que o apelido foi dado após ele narrar um acontecimento que viu num terreiro, quando o pai de santo cantou “Chama Verequete” e que ele narrou aos colegas de trabalho. Depois de contar, os colegas passaram a chamá-lo de “Verequete”, depois o Mestre compôs um dos carimbós mais populares de sua carreira e também da música parasense: “Chama Verequete”.
Tema de diversas publicações acadêmicas, Mestre Verequete também foi imortalizado em filme com o mesmo nome, dirigido por Rogério Parreira e Luiz Arnaldo Campos. Morto em 2009, o Mestre continua sendo fonte de inspiração e aprendizado para quem mergulha no universo do carimbó.
O vocalista e fundador do Curimbó de Bolso, Félix Faccom, diz que o grupo faz música contemporânea “Escutei muita música erudita, MPB, rock - de Pink Floyd a Alceu Valença e Mozart. Todas essas influências dialogam com o que fazemos. É um jeito urbano de fazer carimbó”, diz. Nascido no Espaço Cultural Coisas de Negro, o grupo lançou seu primeiro trabalho em 2005 e desde então vem se apresentando em diversos espaços musicais. Para o show desta sexta na Black Soul Samba, o grupo vai levar um repertório fincado na obra de Mestre Verequete.
Segundo Félix, a Cia. de Música Curimbó de Bolso bebe na fonte, reverencia os mestres. Recria com leveza e simplicidade um carimbó contemporâneo, resistente. Sua sonoridade se confunde com cidade, sons da mata, rios e rezas caboclas. Nas palavras do poeta Antonio Juraci “Curimbó de Bolso, cabe em qualquer coração, cabe na palma da mão”.