O desafio da ópera

A ópera “Os Pescadores de Pérolas”, de Georges Bizet, que encerra o XIV Festival de Ópera do Theatro da Paz, foi apresentada ontem de manhã à imprensa, durante entrevista coletiva no hall de entrada do Theatro da Paz, em Belém. A coletiva revelou os detalhes sobre os preparativos da montagem e contou com a presença do diretor cênico da ópera, Fernando Meirelles, cineasta brasileiro que tem no currículo diversos filmes nacionais, além de minisséries em parceria com a TV Globo. Além de Meirelles, participaram da coletiva os protagonistas da ópera, os cantores Fernando Portari, Camila Titinger, Leonardo Neiva e o paraense Andrey Mira. O corpo técnico de “Os Pescadores de Pérolas” também esteve presente à coletiva, como o cenógrafo Cássio Amarantes, o iluminador Joyce Drummond, a figurinista Verônica Julian, a coreógrafa Marília Viegas, o diretor assistente Danilo Gambini, o maestro titular da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP), que acompanha a ópera, Miguel Campos Neto, além do diretor artístico do Festival, Mauro Wrona, e do secretário de Cultura do Estado, Paulo Chaves Fernandes.
Totalmente integrado com o elenco e o corpo técnico da ópera, o cineasta Fernando Meirelles falou do desafio de dirigir uma ópera. “Confesso que conhecia pouco de ópera, por isso vejo esse convite como um grande desafio. Estou achando tudo muito interessante e aprendendo bastante com a equipe que é bastante experiente”, contou o cineasta.
A falta de experiência em dirigir uma ópera é apontada por ele como seu maior desafio. “Está sendo um aprendizado incrível, mas estou gostando muito de aprender. Considero a inexperiência como meu maior desafio, mas adoro desafios e a participação está sendo incrível. Contar história faz parte da minha profissão, mas na ópera preciso fazer com que essa história chegue ao público de forma natural”, detalhou Meirelles.
O cenógrafo Cássio Amarantes idealizou o cenário utilizando como base o miriti. “Elementos regionais estarão presentes na montagem. Já tínhamos feito uma maquete em São Paulo do que seria o cenário desta ópera, mas quando chegamos ao Pará descobrimos o miriti, que é um produto bem regional. Com a colaboração de pessoas daqui conseguimos traçar o caminho que havia sido desenhado lá em São Paulo. O resultado ficou muito bom”, garantiu.
“Os Pescadores de Pérolas” será vista, na sua última récita, no dia 15 de setembro, simultaneamente, em Belém e em 22 salas de cinema de algumas cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Belo Horizonte, João Pessoa e outras. “Já tive a oportunidade de assistir essa montagem e posso garantir que o público terá um espetáculo maravilhoso. E ainda teremos o documentário de uma hora sobre a montagem, que já começou a ser filmado, e que vai chegar a diversas salas do País”, informou o secretário de Cultura, Paulo Chaves Fernandes.
Paulo Chaves também informou sobre valores de todo o Festival. “Todo o Festival, com as duas óperas, quatro recitais e oito palestras, com o envolvimento de cerca de 300 profissionais, está custando em torno de R$ 2 milhões, em dois meses de duração do evento”, esclareceu. “E a título de informação, eu disse a Fernando Meirelles que temos R$ 35 mil de cachê para pagar a ele, que recebe muito mais que isso por seus trabalhos no Brasil e no exterior, e ele topou. Tanto que está aqui conosco”, disse Paulo Chaves.
A ópera “Os Pescadores de Pérolas” será apresentada em quatro récitas, nos dias 9, 11, 13 e 15 de setembro, sempre às 20 horas, no Theatro da Paz, com ingressos que variam de R$ 20,00 e R$ 70,00, já estão sendo vendidos na bilheteria do teatro.