Toni Soares celebra a música em show em Bragança


O final de 2019 é de conclusão de ciclos para Toni Soares, artista bragantino que soma 35 anos de estrada musical e que, depois de 45 anos morando na capital paraense, decide retornar à cidade de origem para mergulhar nas tradições culturais. O cantor e compositor lança dois CDs, "Tambores de São Benedito" e "Por Trás das Fitas". Os trabalhos serão lançados com um show gratuito amanhã, 28, às 20h, no teatro do Liceu da Música de Bragança.
Toni Soares explica que o lançamento de dois álbuns simultaneamente, trata-se, na verdade, de uma "feliz coincidência". Enquanto um rende homenagens ao santo padroeiro de Bragança, o outro mostra uma faceta que pende para a urbanidade do artista. O material de "Por Trás das Fitas" atrasou por conta de um contratempo e apenas em outubro o álbum pôde ser lançado. "Foi exatamente no momento em que eu tava gravando aqui o CD específico pra festividade de Bragança", explica o músico.
Segundo Toni, "Por Trás das Fitas" vem com "uma pegada mais urbana". "Não trata de sonoridades das festividades, é mais urbano, mas que também bebe nessa fonte porque eu vivo aqui em Bragança. O nome vem disso. É o que eu toco por trás das fitas do folclore, o que eu escuto por trás das fitas da Marujada, do boi", detalha o músico.
Já o álbum "Tambores de São Benedito" completa uma trilogia musical iniciada com "Caminhando com São Benedito" e "Marujada". "São projetos específicos pra Bragança, mas que com o passar dos anos, eu percebo que a gente tem passado por novos ares. Então tem gente de todo lugar do Brasil, que por meio das plataformas digitais, está escutando esse tipo de música, que não interessa só pessoas daqui. São trabalhos que contam e cantam sobre a Marujada e a fé em São Benedito", declara.
Após escolher e gravar dez composições de sua autoria, Toni entrou no estúdio nos fins de semana de outubro e novembro e convidou ícones da música paraense como Nilson Chaves, que gravou "Santo Preto Enluarado", escrita por Toni e Ronaldo Silva e  Lucinnha Bastos - devota de São Benedito com quem gravou "Guardião do Caeté", - e também abriu espaço para quem dá os primeiros passos na carreira musical, como o o cantor e compositor Alex Ribeiro e o Coral Infantil do Centro Educacional João Paulo II, que participou em duas faixas e dividiu os vocais com o filho do compositor, Emanuel Antônio, de seis anos, que compôs a canção "Aê São Benedito".  "Imaginei várias participações a partir de determinadas músicas. Sempre abro espaço pra pessoas iniciando ou que estão há tempo na estrada", conta.
Dona Onete também é uma das gratas surpresas do álbum, que canta com Toni a música "Xote da farinha", que fala do processo da famosa produção bragantina. "A Dona Onete entrou no apagar das luzes. O CD tava pronto quanto falei com Marcel Arêde, produtor da Onete, que me disse que ela estava em Belém e perguntou se eu ainda queria gravar com ela. Eu disse que estava no estúdio mixando mas que podia abrir uma faixa na hora. Eu já tinha falado dessa música, que tem bem o estilo da Onete, que quando soube, ficou doida pra cantar comigo. Aí marcamos. Ela veio com uma humildade e generosidade enorme. O Marcel disse que ela não costuma gravar música de outras pessoas, mas a minha ela topou", detalha. "Digo que esse CD está recheado de pessoas de uma grande cena musical urbana cantando pra São Benedito", acrescenta.
Um gostinho especial do trabalho, é claro, está também na composição do pequeno Emanuel, filho do músico.  "Um dia eu estava compondo e gravando alguma música, o Emanuel chega perto de mim e diz: "Pai, grava a minha música". Eu achando que fosse uma brincadeira, liguei o gravador e pedi que ele mostrasse sua música. Aí ele canta com uma suavidade surpreendente "Eu tava passeando por aí, quando eu vi São Benedito, deu vontade de dançar, aê São Benedito", relembra.
O compositor promete, ainda, o lançamento do DVD duplo "Caminhando com Toni Benedito Soares", em parceria com a Rede Cultura de Comunicação, por ocasião dos 30 anos da TV Cultura, em junho de 2020, em Belém. "Foi gravado um pocket show na Igreja de São Benedito em Bragança e um documentário produzido produzido pelo Felipe Cortez. Depois fui pra Belém, fazer um show no teatro do Sesc Boulevard, com participações de Nilson, Lucinnha, Marco monteiro, Sammliz e Walter Freitas", conclui.

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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