Artista paraense integra exposição 'NaZaza', no Rio de Janeiro


A artista visual Danielle Fonseca convida o público a escrever uma carta na exposição coletiva "NaZanza", da galeria Aymoré, no Rio de Janeiro. Ela foi a única paraense selecionada dentre 27 artistas participantes. A obra dela é uma caixa de correio confeccionada em ferro, imitando modelo antigo e um pedestal, que dialoga com a canção "Maria Bethânia", de Caetano Veloso, e também com texto escrito por ela. A autora instiga o expectador a interagir com o objeto e a refletir sobre a realidade, inclusive social e pessoal, com a frase "Por favor me escreva uma carta eu preciso acreditar que as coisas vão melhorar, vc não?". A exposição está aberta à visitação até o próximo dia 22.
Danielle conta que mandou fazer a caixa de correio sob encomenda. "Eu proponho que o expectador escreva uma carta pra mim, ou não necessariamente pra mim, em que diga o que está vivendo e a expectativa para o país. Disponibilizei papéis (ao lado da caixa de correio) e escrevi uma carta ao expectador (também disposta na exposição)", descreve.
Objeto da artista paraense na exposiçãoObjeto da artista paraense na exposição (Divulgação)
"Maria Bethânia" faz o casamento da memória afetiva musical com a proposta do objeto em um diálogo entre arte e música. Na canção, escrita em inglês, em 1974, durante o exílio em Londres, Caetano se dirige à irmã pedindo notícias sobre o Brasil, que enfrentava o regime ditatorial: "Maria Bethânia, por favor me escreva uma carta/ Eu gostaria de saber que as coisas estão melhorando/ Melhorando, Melhorando, Beta, Beta, Bethânia/ Por favor me escreva uma carta/ Eu gostaria de saber que as coisas estão melhorando". A obra tem a curadoria de Aldones Nino, do Rio.
PROJETOS
Danielle acaba de ser notícia em uma revista portuguesa "Dobra- literatura, arte e design". Vencedora do prêmio de difusão da Fundação Cultural do Pará, no ano passado, ela prepara a próxima exposição em Belém, para o início de 2020. Será uma videoarte inspirada na peça de teatro "A Dona do Mar", que também dialoga com um texto de autoria dela.
A poética dessa artista interage elementos da literatura, poesia, filosofia, música e paisagem com exposições, projetos artísticos e literários. Ela já realizou várias exposições individuais e coletivas, foi indicada ao Prêmio Pipa 2016 e possui obras nos acervos do Museu de Arte Contemporânea Casa das Onze Janelas, Museu de Arte de Belém, Fundação Romulo Maiorana e também nos museus de Arte do Rio de Janeiro (MAR), de Arte Contemporânea do Paraná (MAC), de Artes Plásticas de Anápolis e de Arte do Rio Grande do Sul (Margs).

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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