CRÔNICA DA SEMANA - Por Hugo Antonio Ferrari


Caros leitores.
Na esteira da história da política brasileira a dignidade é um fator que precisa ser colocado em apreciação e nada mais justo do que coletar comentários que possam contribuir para o enriquecimento do raciocínio do povo para que políticos sem compromissos sejam expurgados da vida pública. Por isso, leiam este texto com atenção e reflitam no que se refere o autor, Hugo Ferrari. (PV)
 
DIGNIDADE AINDA NÃO ELEGE

No Brasil, muitas pessoas dignas, honradas, quando decidiram ingressar na vida pública tiveram, nas urnas, as piores decepções. Foram fragorosamente derrotadas!

Perderam para candidatos oportunistas, sem qualquer compromisso com os reais interesses nacionais. Com isso, vem se tornando cada vez mais difícil à disponibilidade daqueles que optam pela seriedade no desempenho da vida publica.

Dessa forma, cria-se uma excelente oportunidade para que candidatos descomprometidos fiquem inteiramente à vontade, sem concorrência, para assim, continuarem iludindo a boa fé do povo, como, aliás, sempre vem acontecendo a cada pleito eleitoral. E olha que políticos dessa espécie continuam por muito tempo na vida pública, sem maiores preocupações.

Enquanto a política brasileira não se tornar uma atividade séria - bem longe dos escândalos de corrupção que não param de acontecer -, vai ficando cada vez mais raro o surgimento de candidatos comprometidos para trabalhar pelo melhor desenvolvimento deste País. Eles existem, porém, além de serem minorias, estão desmotivados.

Depois, o pior de tudo, é que acabam sendo confundidos com os maus políticos, virando farinha do mesmo saco, sem sabermos mais quem é quem.

Grande parte do nosso eleitorado precisa ser esclarecido sobre essa realidade, onde o Brasil perde muito diante da falta de mais patriotismo e seriedade que ainda não está existindo como deveria na totalidade da política brasileira, deixando de ser um compromisso solene para se transformar numa atividade de interesse estritamente pessoal para muitos. “Que se “lixe” o povo, disse um certo político.” Lembram?

Diante dessa lamentável situação, a população perde por não obter uma melhor qualidade de vida, além de importantes ações que poderiam acontecer na sociedade, caso tivéssemos no nosso processo político muitos nomes idôneos, honrados, que jamais se deixariam envolver com falcatruas, prejudiciais aos interesses da nossa coletividade.

Nossas leis de combate aos desmandos permanecem benevolentes, daí não intimidar mais os “fora-da-lei”.

Em razão desse e de outros fatos, ainda não aprendemos a valorizar os bons políticos, as boas atitudes. Quanto mais desonestos forem, novas vitórias estarão asseguradas nas urnas.

Então, para aqueles que desejarem entrar na vida pública, empunhando a bandeira da dignidade, da decência, cuidado, pois poderão ser surpreendidos por tamanha decepção, como, aliás, muitos já o foram.

A maioria do nosso eleitorado, ainda não está devidamente preparado para dar esse salto de qualidade na política brasileira quando da escolha dos seus candidatos.

Somente a educação será capaz de transformar o Brasil numa Nação politizada, moralizada, alijando, naturalmente, do nosso processo político, os aproveitadores da Pátria.

Mas, para que isso aconteça verdadeiramente, é preciso que cada eleitor utilize com responsabilidade, sabedoria e patriotismo o maior símbolo da democracia que está em suas mãos que é o “título eleitoral”, para assim, mudar o atual quadro sombrio em que nos encontramos, onde não paramos de nos indignar.

Em função desse descalabro tudo que vem ocorrendo, vale a pena relembrar o que já dizia com muita propriedade o imortal Ruy Barbosa: Muitos políticos honrados continuarão a ter vergonha de dizer que são honestos, bem-intencionados, pois serão vaiados publicamente. Esse alerta permanece vigorando até hoje.

A propósito desta matéria, lembremos que este ano teremos eleições para Presidente da República, Governadores, Senadores, Deputados Federais e Estaduais.

Será uma excelente oportunidade para se começar tirar - de perto do dinheiro público -, políticos indecorosos.

Diante da seqüência de escândalos de corrupção que continuam impunes no País, temos a nítida sensação de que a probidade praticamente já desapareceu do mapa da moralidade, restando, tão-somente a “esperteza”, para a decepção daqueles que, em vão, esperam pela vitória da ética sobre os desmandos. Só não sabemos quando! 

 
HUGO ANTÔNIO FERRARI
  ÓBIDOS - PA

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