Caderno JC - Link Direto com o Jornal de Capanema

Edição: Paulo Henrique #

Dilma e Serra trocam acusações em debate
O debate entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) na TV Record foi permeado por diálogo ríspido e trocas de críticas e acusações sobre infraestrutura e escândalos.
 
O Programa de Aceleração do Crescimento e projetos de investimento para o Nordeste foram ponto de embate. Serra disparou contra o PAC e afirmou que não há “planejamento” nem “entrosamento” entre as obras. “Teve um índice de realização pequeno. Talvez um sétimo foi de fato realizado”, disse. Dilma rebateu, e acusou Serra de estar “colando” os programas do governo federal. “No seu programa de TV você fala que vai fazer justamente as obras do PAC. Nós tiramos do papel e estamos fiscalizando.”
Os escândalos envolvendo os nomes da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, indicada por Dilma Rousseff e acusada de tráfico de influências e de benefício a parentes, e o ex-diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), Paulo Vieira de Souza, o “Paulo Preto”, acusado de arrecadar R$ 4 milhões em doações para um suposto caixa dois da campanha de Serra, também serviram de munição para Serra e Dilma, respectivamente.
Mas foi a questão da privatização da Petrobras e do pré-sal que dominou boa parte do debate, mesmo quando as perguntas eram sobre outros temas. Serra acusou Dilma de “mentirosamente” dizer que ele quer privatizar o pré-sal. No entanto, segundo o tucano, a petista - como presidente do Conselho de Administração da Petrobras - entregou a exploração do petróleo brasileiro para 108 empresas privadas, “metade para estrangeiras e metade nacionais”. Segundo Dilma, as concessões foram dadas antes da descoberta do pré-sal, que seria um “bilhete premiado”. “Tínhamos uma regra do jogo. Essa regra valia para esse petróleo de baixa qualidade. Quando a gente viu que havia um bilhete premiado, nós mudamos o modelo”, rebateu Dilma.

Ao ser questionado pela adversária sobre a criação de empregos, Serra voltou a falar do petróleo. “Eu duvido que alguém tenha entendido o que a Dilma explicou [sobre a Petrobras]”, afirmou o tucano. Segundo ele, a petista foi a pessoa que mais entregou a exploração de petróleo para empresas privadas no mundo.

A área da segurança e a relação com o MST - Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra também foram abordados. Serra acusou Dilma de vestir o boné do MST e disse que considerava dúbio seu posicionamento sobre a organização. Dilma contra-atacou dizendo que no governo Lula houve menos invasões que no de FHC. “Não tratamos movimento social com cassetete”, disse a petista. (Diário do Pará, com informações da Folhapress e R7)

Círio 2010 encerra como o maior da história

Este ano, a imagem peregrina percorreu cem mil residências, 200 empresas, instituições ou órgãos, 18 municípios do Pará, dez Estados e três países (Itália, Guiana Francesa e Portugal) até o encerramento do Círio. Mais de 22 entidades auxiliaram de alguma forma nas romarias, um total de mais de 25 mil pessoas. Só na Trasladação, 1,3 milhão de pessoas estiveram presentes. No Círio, o público estimado foi de 2,1 milhões, recorde de toda a história. “Se tivéssemos que somar o público de todas as romarias, passaria de quatro milhões de pessoas. Mas nós não somamos justamente para que a magnitude da festa seja comprovada por cada dia de procissão”, disse Roberto Sena, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), órgão responsável por contabilizar os números do Círio.
Outro estudo feito pelo Dieese mostra que, nos últimos dez anos, a maioria das romarias nazarenas dobrou em participação de público. Isso significa algo em torno de um crescimento de 10% por ano. O número de turistas também teve um aumento de 9,52%. Foram cerca de 69 mil pessoas que gastaram o equivalente a 25 milhões de dólares, um crescimento em dinheiro de 13,63% se comparado ao ano passado. O Círio 2010 foi o mais caro da história (custo orçamentário de cerca de R$ 2,2 milhões) e a estimativa é de que as festividades nazarenas movimentem a economia paraense em torno de R$ 715 milhões.
Mesmo que a festa tenha crescido, dados da Cruz Vermelha mostraram que as ocorrências não foram por motivos críticos, que viessem a prejudicar permanentemente a saúde dos romeiros. A maioria das ocorrências foi por problemas de pressão arterial e desmaios, resultantes do aglomerado de pessoas e do calor. Alguns dos casos mais graves foram de queimaduras de primeiro grau, com uma ocorrência no Círio e 22 na Trasladação.Somando o tempo estimado para todas as 11 romarias e o tempo que levaram de fato, houve apenas 55 minutos de atraso somando todas elas - um resultado que nunca chegou tão perto do programado. Quando o assunto é a evangelização, a Trasladação ganha destaque pelo aumento significativo do número de jovens nesta procissão, o que mostra que a tradição no Estado está sendo mantida de geração a geração. (Diário do Pará)

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