Crônica da Semana - Assuntos do Cotidiano
Edição: Paulo Henrique #
MÃE, POR QUE ME MATASTES?
Hugo Antônio Ferrari
A gestação de minha mãe transcorria normalmente quando, sem esperar, fui friamente assassinada.
Eu era uma menina! E tudo o que eu mais queria na vida, seria conhecer este mundo criado por Deus com muito amor, e, sobretudo, meus pais e meus irmãos.
Desejaria abraçá-los, beijá-los, e fazê-los felizes com a minha chegada. Infelizmente, não tive esse privilégio! Conheço apenas o Céu onde estou agora,
Fiquei surpresa ao chegar aqui e ver milhares, milhões de crianças de todos os meses, vindos de todas as partes do mundo e que viveram a triste experiência que eu vivi.
Não pude me defender, chorar, e implorar para não ser morta. Não adiantava. Ninguém me escutaria. Foi cruel! Jamais poderia imaginar que minha própria mãe fosse capaz de praticar tão abominável crime, mas, lamentavelmente, praticou, a exemplo de tantas outras mães que já fizeram e ainda continuam fazendo a mesma coisa.
A cada dia que passa, o céu recebe novos coleginhas. São vítimas iguais a mim! Vejo Deus, Nossa Senhora, os anjos, os santos, ficarem chocados com as tragédias que estão acontecendo na Terra, aonde à vida humana vem perdendo o seu valor e muitas crianças proibidas de nascer.
Eu sou uma brasileirinha e fico preocupada, pois, falam aqui no Paraíso, que desejam oficializar o aborto no Brasil.
O Papa Bento XVI que acabou de visitar o nosso País ficou indignado com essa possibilidade, e pediu ao povo para repudiar de pronto esse atentado à vida. Não sei o que vai ser do Planeta diante de tanta injustiça, tanta violência, tanta morte...
Mamãe, eu já lhe perdoei! Pedi a Deus para deixar-me conhecê-la quando a senhora partir para a vida eterna, e que também a perdoe pelo crime cometido, assim como inúmeras outras mães, pois nada justifica tamanha barbaridade praticada contra inocentes indefesos.
O meu grande desejo, mãe, seria acariciar o seu belo rosto, e dizer-lhe o quanto lhe amo.
E papai, meus irmãozinhos, que me aguardavam ansiosos, como se sentiram ao perceberem que eu nunca chegaria? Imagino a tristeza e a decepção deles.
Fui abortada na clandestinidade! Não tive jamais o direito de fazer tudo aquilo que uma criança gostaria e tem direito, A alegria de chegar para alegrar o meu lar, não aconteceu.
Esse é o drama vivido todos os dias pelas crianças rejeitadas, e, mesmo assim, o aborto criminoso não para de acontecer.
Avalio o quanto emocionante é o “Dia das Mães”. Filhos abraçando e beijando suas mães, enquanto eu e uma multidão de crianças, não tivemos esse direito, essa felicidade.
Muito lindo é o céu, mãe! Vivemos aqui uma paz indescritível. Deus e Nossa Senhora são nossos pais. Rezamos para que a maldade humana deixe de existir, e que os povos possam viver irmanados, enquanto as crianças sejam amadas e respeitadas.
Pois é, mãezinha querida, vou me despedir de você, pedindo a Deus que acabe de vez com o seu sofrimento, e que a senhora seja, doravante, uma ardorosa defensora da vida. Só isso me consolará bastante. Um dia nos encontraremos. Muitos beijos!
Colaboração: Hugo Antônio Ferrari - Óbidos-PA
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