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Edição: Paulo Henrique #

A morte e suas mais diversas interpretações
A morte e suas mais diversas interpretações (Foto: Anderson Coelho)
Segundo a mãe-de-santo, os umbandistas realizam um culto aos mortos (Foto: Anderson Coelho)

O Dia de Finados para alguns é tido como um dia de tristeza. Para outros, é um dia como outro qualquer. Independente de religiões, a questão em comum na data é como cada um busca uma explicação para o fim da vida. Cada crença oferece às pessoas uma maneira de encarar a morte e o DIÁRIO conversou com representantes de algumas religiões para saber como lidam com o Dia de Finados.
Um dos dogmas mais importantes da Igreja Católica é a ressurreição. Os católicos costumam ver a morte como um ritual de passagem para a vida eterna. Para o advogado Lisbino do Carmo, católico, o Dia de Finados não é um dia de tristeza e lamentos. “Para nós é dia de relembrar as pessoas que passaram por nossas vidas”, diz.

SEM REJEIÇÃO
 Apesar disso, o pastor esclarece que os protestantes não têm rejeição pela data. “Apenas não fazemos nenhum ato no sentido de salvação. Alguns costumam ir até o cemitério para lembrar das pessoas, prestar uma homenagem”. Raiol lembra que há cerca de vinte anos os evangélicos utilizavam o Dia de Finados para realizar atos de evangelização dentro dos cemitérios. “Os atos eram para conscientizar que a salvação tem que ser em vida, mas essa tradição já foi bastante diminuída”. 
No caso dos espíritas, não são realizados rituais no Dia de Finados. Eles encaram a morte como uma continuidade da vida. “Nós acreditamos em reencarnação, que quem passa pelo desencarne continua vivendo. Os espíritos continuam sua jornada”, conta Maria Augusta Abbut. Os espíritas também não costumam ir aos cemitérios no Dia de Finados. “Não há essa necessidade, pois o espírito está aí trabalhando, agindo. Oramos muito para o espírito ter tranquilidade na travessia e temos a certeza que no futuro estaremos entre esses espíritos”. 
Já na umbanda, é realizado um culto aos mortos. A mãe de santo Mameto Nangetu explica que sua religião acredita que os mortos viram ancestrais. No Dia de Finados eles realizam um ritual de celebração. “Oferecemos tudo que a pessoa gosta como bebida e comida e chamamos os amigos para celebrar. As oferendas conduzem a pessoa para a evolução”, explica.

A ORIGEM
 Desde o século 1º, os cristãos rezam pelos falecidos; costumavam visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram sem martírio. No século 4º, já encontramos a Memória dos Mortos na celebração da missa. Desde o século 5º, a Igreja dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava. 
Desde o século XI, os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia por ano aos mortos. Desde o século XIII, esse dia anual por todos os mortos é comemorado no dia 2 de novembro, porque no dia 1º de novembro é a festa de “Todos os Santos”. O Dia de Todos os Santos celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados. O Dia de Todos os Mortos celebra todos os que morreram e não são lembrados na oração. (Diário do Pará)

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