A superação como plataforma de vida



Certo dia, o professor João Anthero Moreira da Silva, ao conversar comigo, disse ter encontrado um cidadão que é deficiente visual e supera todas as barreiras, fazendo coisas essenciais que podem até ser consideradas como desafios. Em uma de suas viagens para Barcarena, professor João encontrou Mauro Rocha em um ponto de ônibus e ao trocarem diálogos, acertaram para que ele fizesse uma visita à cidade de Capanema para conhecer pessoas que certamente iriam gostar do encontro.


Conviver com uma deficiência qualquer, depende de adaptação e o Mauro (deficiente visual), não mede esforços para enfrentar e vencer os desafios que surgem. Além de caminhar sozinho com o auxílio de sua bengala, ele surpreende muita gente com as tarefas que lhes são atribuídas, sempre sorridente e sem qualquer pressa.

Quando esteve em Capanema pela primeira vez, acompanhado de João Anthero, ele visitou a mim, o meu irmão Stélio e o Naef Cordeiro, pessoas portadoras de deficiência visual que até então, quase não recebiam instruções de como manusear aparelhos eletrônicos, como por exemplo, o computador ou o celular. Foi ai que começou um aprendizado, porque Mauro se especializara em dominar os equipamentos com bastante facilidade e então, transmitir aos seus “alunos” não é tarefa tão difícil. O Naef, lê perfeitamente qualquer escrituração em braile e também logo adquiriu um aparelho celular moderno para acessar as redes sociais e outras plataformas. Já o Stélio, tem ainda pouca desenvoltura com os aparelhos, mas usa outros apetrechos que lhe dão condições de socialização, assim por diante.



No meu caso, a adaptação foi bem mais fácil, pois quando enxergava, teclava com agilidade, fator que ajudou sobremaneira na minha desenvoltura. Hoje, depois de período de treinamentos, uso o celular para interagir com as pessoas e como instrumento de trabalho, motivo de satisfação, pois isso tem me ajudado a facilitar a minha comunicação no mundo virtual.


O Mauro foi aprovado no ENEM e teve que se mudar de sua terra natal, São João da Ponta/PA, para outro extremo do Brasil, a Região Sul, mais precisamente na cidade de Pato Branco/PR. Ele é estudante do Curso de Engenharia da Computação e tem se destacado entre tantos outros, por sua performance ao utilizar os instrumentos na sala de aula e interagir com a turma, além dos Mestres.

Estou reproduzindo matéria publicada pela TV Sudoeste – Pato Branco/PR, destacando o paraense Mauro Rocha, como exemplo de superação e assim, ele conta um pouco da sua trajetória de vida, quando teve que deixar o Pará e ir para o longínquo Paraná.



Posso afirmar e escrever com todas as letras, que sou admirador do desempenho desse jovem que até parece não conviver com uma deficiência, crescendo intelectualmente na qualidade de universitário, para que daqui a bem pouco tempo, ao receber o “canudo”, por ocasião de sua formatura, esteja apto para o mercado de trabalho e certamente, daqui pra lá, muitas reportagens ainda vão ser inseridas nos meios de comunicação, pois ele é uma pessoa muito simples, porém aplicada em tudo aquilo que se dispõe a fazer.


Se existem exemplos de vida, o mauro rocha certamente é um deles. Posso também inserir nessa relação de exemplos, o poetamigo Stélio Vasconcellos, o Naef Cordeiro e eu próprio, uma vez que, aqueles que conhecem o meu trabalho, sabem que tudo o que faço é feito com zelo e amor, acrescentando ainda a dedicação juntada à disciplina. Sei que ainda tenho muito o que aprender e é por essa razão que considero o Mauro, meu professor, pois é com ele que me apego para tirar as dúvidas que ainda surgem, sobretudo, no manuseio com as “engenhocas” eletrônicas, mas com Deus nada é impossível e nós, pessoas portadoras de deficiências, somos sabedores que a inclusão social é um dos instrumentos que alimenta as nossas vontades e seria bom, muito bom, que existissem mais programas voltados para o amparo a todos os brasileiros e brasileiras que convivem com quaisquer tipos d deficiências. Com a palavra, os entes que exercem cargos e/ou funções no setor do Poder Público, para que a acessibilidade receba maiores incentivos e as facilitações se apresentem para as pessoas que de uma forma ou de outras, precisam de auxílios dessa natureza.



Edição: Maikon Douglas
Texto: Paulo Vasconcellos
Foto: Joel Barros
Imagens: Direitos reservados a TV Sudoeste – Pato Branco/PR

2 comentários:

  1. É impressionante e admirável a forma como os deficientes visuais conduzem suas vidas de forma natural e incentivadora tirando de letra as dificuldades encontradas pelos caminhos. Parabéns e recebam meu abraço de apreço, consideração e admiração. Amei a matéria.

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    1. Eu e meus pares, agradecemos as suas palavras incentivadoras e verdadeiras. Que Deus nos abençoe e nos guarde!

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