Freddie Mercury decidiu quando iria morrer parando de tomar medicamentos


O amigo íntimo de Freddie Mercury, ex-vocalista do Queen, Peter Freestone revelou em entrevista ao portal inglês Vice que o cantor decidiu parar de tomar os medicamentos duas semanas antes de falecer, em 24 de novembro de 1991. De acordo com Freestone, que foi assistente pessoal do membro do Queen, Freddie parou de tomar os medicamentos no dia 10 de novembro de 1991. A decisão na época foi uma forma do artista ter o controle de sua vida novamente e comunicar ao mundo que estava com AIDS.
"Ele estava tenso no início da semana", afirmou Freestone. O sentimento de Mercury mudou às 20h da noite de sexta-feira, 22 de novembro de 1991, quando ele confirmou em comunicado que estava com a doença incurável. O assistente disse que durante a última semana de vida do cantor, sempre alguém esteve presente ao seu lado. Três amigos fizeram turnos de 12 horas para garantir que Freddie Mercury nunca estivesse sozinho.
"Durante anos eu nunca vi Freddie tão relaxado. Não havia mais segredos; ele não estava mais se escondendo. Ele sabia que tinha que divulgar a declaração, caso contrário, pareceria que ele pensava que a AIDS era algo sujo a ser varrido para debaixo do tapete", declarou. Durante as 12 horas de Freestone, os dois amigos riram juntos e conversaram sobre os bons tempos. Por períodos, o assistente ficava sentado na cama em silêncio, segurando a mão do amigo.
"E então eram oito da manhã de sábado", relembrou Freestone, com a voz levemente trêmula. "E eu estava me levantando para ir embora. Freddie pegou minha mão e nos entreolhamos nos olhos. Ele disse: 'Obrigado.' Eu não sei se ele decidiu que era hora de ir e ele sabia que nunca mais me veria, me agradecendo por 12 anos juntos, ou se ele estava apenas me agradecendo por essas 12 horas. Foi a última vez que conversamos".
Ele também lembro do momento em que o vocalista falou abriu o jogo sobre a doença. Os dois estavam na mansão de Mercury em Garden Lodge, no bairro de Kensington, praticamente vazia em uma manhã tranquila de maio de 1987. Ambos estavam na cozinha, sozinhos, quando o cantor com 40 anos revelou que tinha sido diagnosticado com AIDS. "Meu coração caiu do meu peito", diz. "Nós dois sabíamos que era uma sentença de morte e, a partir daquele momento, eu sabia que tudo o que fizesse por ele não iria ajudá-lo a sobreviver. Ele disse que a partir de então não falaríamos mais sobre isso. Até onde Freddie viu ele teve o resto de sua vida para viver".

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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