Artistas discutem a Amazônia em live do Grupo Liberal



Fafá de Belém, Dira Paes, Daniel Munduruku e Elza Lima participaram de live nesta quinta-feira (03) em homenagem ao Dia da Amazônia
A Amazônia se destaca em todas as expressões artísticas com uma produção pujante. Para comemorar o Dia da Amazônia celebrado neste sábado (05), o Grupo Liberal realizou por meio da revista Amazônia Viva na última quinta-feira (03) uma live especial com a participação de expoentes das diferentes artes que demonstraram a riqueza cultural da região Norte. O encontro virtual conduzido pela jornalista Gisa Smith contou com a participação da cantora Fafá de Belém, da atriz Dira Paes, do escritor Daniel Munduruku e da fotógrafa Elza Lima. A nova edição da publicação e a live contam com o apoio da mineradora Vale.
Durante aproximadamente uma hora os artistas discutiram vários temas importantes na Amazônia. Para Fafá de Belém, a floresta está dentro de cada amazônida e se expressa em suas obras artísticas. A cantora revelou que sofreu muito no início da carreira devido o preconceito por ser do Norte. “Nós temos a floresta dentro da gente, é impossível não olhar o mundo sob esse olhar. A Amazônia ainda é dentro do mapa do Brasil, mas não tínhamos um olhar para cá. O maior bullying que sofria não era por ser mulher, mas por ser da região Norte. Até hoje misturam muito norte com nordeste. Queremos que nos vejam através da nossa cultura, temos essa formação diferente”, exaltou.
O premiado escritor Daniel Munduruku, que tem mais de 50 livros publicados, tem a influência indígena e da cultura da amazônida fortemente na sua obra. Daniel começou a live lendo um trecho de um poema que ressalta o orgulho em ser do Pará e da Amazônia. “A aldeia de um nortista é o norte inteiro, é importante falar de onde nós somos, porque se parte de um lugar. A minha literatura é que reverbera o que sou e de onde eu venho, isso para que os meus textos ganham uma dimensão de encantamento para os jovens que lêem meus livros. Os professores,nem sempre estão bem preparados para falar das temáticas indígenas, para saírem dos lugares comuns, dos estereótipos que as pessoas carregam. Fomos considerados a parte do resto do Brasil, mas nossas vozes são poderosas”, assegura.
A atriz Dira Paes, que se tornou um dos rostos mais conhecidos no audiovisual brasileiro e uma militante pelos direitos humanos e povos da floresta, sempre se viu com os traços da população da região e também teve grandes desafios para superar os estereótipos. “Sempre me olhei no espelho e sempre me achei a cara da Amazônia. Meus traços são dessa mistura da cabocla, sempre estive com a Amazônia por onde passei, apesar de tentar me enquadrar dentro de um estereótipo, foi meu grande desafio ao longo da carreira. Era o contrário do que muita gente imaginava. Quando dizia que vinha do Norte pressupunham que vinha de uma vida muito sofrida, que passei fome, é um olhar que as pessoas tinham só por você ser do Norte”, pontuou.
A atriz com 37 anos de carreira aprendeu a ter orgulho das raízes amazônidas. “Me senti um pouco guardiã do orgulho do norte”, enfatizou. “O Brasil é a diversidade, nós conseguimos entender que vivemos a diversidade, é ela que dá o colorido para a vida”, complementou.
A fotógrafa premiada Elza Lima levou o seu olhar sobre a Amazônia para o mundo com inúmeras exposições. Elza é reconhecida internacionalmente pelo trabalho no interior do Norte. Ela relembrou quando decidiu se dedicar para conhecer a região em que morava. “Desde criança viajava pelo interior com os meus avós, quando andava pelo interior vendo os animais, os bichos, a floresta, não sabia se aquela suntuosidade existia ou era imaginação de criança. Então, resolvi viajar pela Amazônia. Sou uma fotógrafa embarcada, sempre embarco em carros, em ônibus, digo que meu olhar é embarcado. Eu acho que só quem vive a Amazônia e a vivencia pode entendê-la”, ressaltou.
O projeto em comemoração ao Dia da Amazônia envolve várias ações em torno do assunto, com apoio da mineradora Vale. Um dos espaços especiais dedicados a Amazônia é a plataforma do portal OLIBERAL.COM (oliberal.com/play/amazonia-viva), que conta com reportagens, fotos, vídeos sobre a produção artística local e depoimentos de mais 15 artistas paraenses.
Para o gerente de relações governamentais do Pará e Maranhão da mineradora Vale, José Fernando Gomes, a cultura é vital para conhecer um povo, por isso a empresa apoia várias iniciativas culturais. “A cultura é a expressão e a identidade de um povo. É por meio dela que podemos conhecer a história, os costumes, os anseios e o potencial transformador da cultura traduzidos em arte. Ao apoiar o projeto Amazônia Viva, a Vale reforça o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável do estado, contribuindo para valorizar e preservar as manifestações culturais das cidades onde atuamos e, assim, perpetuar a história cultural do Pará”, destacou.
Fonte: O Liberal/LibPlay (Texto e Foto)

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