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Edição: Paulo Henrique #

Os relatos de uma Belém submersa
Enquanto para muitas pessoas o mês de dezembro é sinônimo de festas e confraternização, para moradores de alguns bairros de Belém, o mês do Natal é o mais temido do ano. “Ao invés de comprar enfeites de Natal, vou comprar material de construção para fazer uma rampa na porta da minha casa para evitar alagamentos”, disse o aposentado José Santiago, 77 anos.
No ano passado, o DIÁRIO acompanhou o drama do senhor. A casa dele, localizada na Vila Lusitana, na Rua dos Pariquis, onde se forma um dos principais pontos de alagamento da cidade, foi praticamente por água abaixo. A água da chuva invadiu todos os compartimentos. “A única coisa que consegui salvar foi o meu cachorro. Meu sonho é conseguir me mudar desta vila. Aqui, nós somos tratados como animais”, ressaltou seu José.
Assim como ele, outros moradores da vila estão preocupados com o período que se aproxima. “Todos os anos
ficamos com uma esperança de que as coisas vão melhorar aqui, mas está difícil. Não pode cair uma chuvinha, que alaga tudo”, disse o morador Simão Costa.
Na Rua dos Mundurucus, a dona de casa Maria Fernanda Aguiar contou que vai colocar sua casa à venda. “Já tive que sair da minha casa com a água no joelho. É um desrespeito o que fazem com a gente. O melhor que faço é vender a casa e deixar de passar por humilhação”, concluiu.

PONTOS CRÍTICOS
A Defesa Civil Municipal e a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) divulgaram que irão se reunir ainda esta semana para estipular os trabalhos nas áreas de alagamentos de Belém. Segundo a Defesa Civil, os 40 pontos mais críticos da cidade registrados no ano passado serão reavaliados. O órgão informou que já trabalha nas ruas de Belém para identificar possíveis novos pontos. (Diário do Pará)


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