Exposição em Nova York apresenta obras de artistas brasileiros



New York, nos Estados Unidos, recebe obras que marcam a arte brasileira nos últimos 100 anos. A Blum & Poe apresenta, em parceria com a Mendes Wood DM, a exposição “Visions of Brazil -  Reimaginando a Modernidade de Tarsila para Sonia”.
A exposição examina a história e o legado do modernismo, englobando aproximadamente um século de arte brasileira. Foi qualificada como uma das melhores pelo Art Forum na Frieze e permanece por mais um mês na Blum & Poe. A mostra reúne obras como “Terra” (Natureza Morta, 1943), de Tarsila, pela primeira vez apresentada ao público.
A curadora da mostra é Sofia Gotti, que leciona na Accademia di Belle Arti (Naba), em Milão e que tem pesquisa centrada em práticas artísticas feministas na América Latina e na Itália.
A obra  “Terra”, Natureza Morta (1943) é um amuleto para Tarsila, que com sua riqueza interna sobrepõe à crise. Ela é o retrato mais profundo do modernismo que se estende até hoje. Seu retrato, suas expressões artísticas e seu estilo de vida,  além de vividos, são passados com tanta nitidez para as telas que é alvo de discussão sobre o modernismo e suas fases com a identidade nacional. 
Segundo a curadora, as obras produzidas neste período "confrontam os dados femininos mais recentes, por meio de imagens menos que idealizadas de maternidade, orfanatos ou costureiras trabalhando. Essas imagens não são de mulheres maduras e sofredoras, são as mesmas que chegam ao clímax em (pelo menos) três telas retratando corpos femininos nus abandonados, adormecidos ou mortos iguais, deitados de costas em paisagens desertas”.
Ela acrescenta ser uma história rica e aberta para os debates atuais nos EUA e nas Américas em torno da formação do Modernismo no Brasil. Obras de Tarsila do Amaral, Sérgio Camargo, Willys de Castro, Lygia Clark, Raimundo Colares, Antônio Dias, Sônia Gomes, Alberto da Veiga Guignard, Leonilson, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Mira Schendel, Rubem Valentim e Alfredo Volpi traçam esse pluralismo da história que passa pela antropofagia, agendas feministas, genealogia cultural afro-católica e muito mais.
Entre os citados acima, vale ressaltar Sonia Gomes (Caetanópolis, MG), que é uma artista contemporânea afro-brasileira que vem sendo discutida como parte da canonização da história da arte. Sonia faz seus trabalhos usando tecidos capturados de amigos e familiares.
Sua escolha de materiais também é uma referência para ela crescer em uma cidade no estado de Minas Gerais, local que é caldeirão artístico e que tem entre as mais antigas tradições a produção têxtil. Por meio de retalhos com histórias, ela cria uma nova história e, sendo assim, retrata uma metáfora antropofágica ao devorar a cultura do outro.

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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