Walcyr Monteiro deixa cadeiras no Instituto Histórico e Geográfico e na Academia de Jornalismo



O escritor Walcyr Monteiro planejava fazer um evento de contação de histórias inspirado nos contos dele sobre assombrações e lendas da Amazônia. Seria um grande evento aberto ao público com direito à participação de atores e ambientação com cenário e sonorização. É o que informa a restauradora Ethel Valentina sócia-honorária do Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP), onde aconteceria o evento, no próximo mês de agosto. Walcyr ocupava a cadeira 36 do IHGP, desde 15 de dezembro de 1998. Ele também era membro da Academia Paraense de Jornalismo (APJ), onde ocupava a cadeira 37, desde que a instituição foi fundada, em 1994.


"Ele estava super empolgado com a contação de histórias que iríamos fazer no IHGP. Estávamos planejando. Atores iriam passar pelas janelas (do lado de fora do casarão histórico que abriga o instituto) com velas durante o evento e também haveria sons assustadores", recorda Ethel
No IHGP, organização criada em 1900 que têm vários intelectuais paraenses como membros, Walcyr ocupava a cadeira que tem como patrono Raymundo Cyriaco Alves da Cunha, um dos fundadores do instituto, que foi tenente-coronel, professor, jornalista, historiador e pesquisador, secretário da Fazenda do governo de Augusto Montenegro, falecido em 1922, que escreveu a biografia de ilustres paraenses da época. 
Já na APJ, a cadeira que ele ocupava tinha como patrono o jornalista Antero Soeiro. "Todos nós estamos consternados com essa partida", disse a presidente em exercício da academia, Roberta Vilanova. "É uma perda para a cultura e também para o jornalismo paraense".
Ela recorda que, pouco antes de ser internado no hospital, Walcyr Monteiro telefonou para ela, pois, mesmo doente, ele fazia questão de participar da eleição da nova diretoria. Foi combinado que ele enviasse o voto por e-mail, como fez. "O trabalho do Walcyr Monteiro inspira a Academia Paraense de Jornalismo para que, com nova diretoria, consiga contribuir mais para a sociedade paraense, especialmente para a categoria dos jornalistas".


Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

Nenhum comentário