Desigualdade de gênero será tema de nova formação do Arte Pará


O Salão Arte Pará 2019 realiza neste sábado, 21, mais uma formação com estudantes universitários. Desta vez o tema será "Desigualdades de gênero com enfoque em mulheres artistas", com a psicóloga e arte educadora Martha Lemos.  A oficina buscará contextualizar o cenário global e local de mulheres artistas visuais, a importância dos movimentos estéticos, éticos e artísticos do feminismo: corpo, gênero e identidade.
A formação pretende discutir também o apagamento e silenciamento das mulheres na sociedade como fruto do patriarcado estrutural. Este tratamento nas artes concebeu o corpo das mulheres como objeto de representação pela ótica masculina. No total, 76 estudantes universitários dos cursos de Artes Visuais, Pedagogia e áreas afins participam da formação, que começa na manhã deste sábado, no Auditório da TV Liberal. Entre os inscritos serão selecionados oito estudantes, que farão a mediação no salão. O Arte Pará é uma realização da Fundação Romulo Maiorana.
"O foco é uma discussão muito importante sobre o apagamento e silenciamento das mulheres, que se reflete na sociedade e nas artes visuais. Isso acontece em um contexto histórico que tem uma influência muito grande até hoje", afirma. A partir da proposta curatorial de Nina Matos, que destaca o trabalho de artistas paraenses pioneiras, como Julieta de França e Antonieta Santos Feio, Martha Lemos propõe que olhar para as artistas paraenses contemporâneas é essencial para evidenciar o lugar das mulheres na artes visuais.
"Eu vou fazer o recorte dentro das desigualdades de gênero, pensando as mulheres artistas paraenses, destacando algumas, desde as contemporâneas até as mais antigas. Vamos conversar sobre os trabalhos delas, as influências e como foi o engajamento, a conquista dos espaços também nas artes visuais no Pará e no contexto nacional", complementa.
Martha Lemos também é técnica da área de cultura, participação e juventude do Instituto Pólis, gestora cultural e consultora de políticas públicas para projetos e programas educacionais, culturais e sociais. Ela tem ampla experiência no trabalho com jovens. A expectativa para a formação do Arte Pará é uma das melhores possíveis.
"Tenho trabalhado bastante com a juventude, principalmente na faixa etária dos 14 até 29 anos. A expectativa é de uma participação muito consistente deles. Eu percebo que os jovens do Arte Pará são muito dispostos e querem muito adentrar este universo e estar contribuindo com a diversidade e a pluralidade do que entendem de estética e de ética nas artes visuais", enfatiza.
O Projeto Educativo é alimentado pelas reflexões do Arte Pará na troca de ideias e experiências entre profissionais de instituições culturais e educativas, curadores, artistas e os estudantes, com o objetivo de criar as bases consistentes para os educadores, que atenderão o público durante as mostras.
A proposição da Ação Educativa deste ano é “Aqui mesmo: visualidade e resistência”. Essa ação educativa dialoga com a proposta curatorial concebida pelo consultor geral do Arte Pará, Paulo Herkenhoff. O Museu da UFPA terá um núcleo importante do Arte Pará através da proposta curatorial de Nina Matos com um panorama da produção de artistas mulheres do Pará, denominado "As amazonas do Pará", composta por uma perspectiva histórica, que abrange desde artistas paraenses pioneiras.
A proposta também apresenta uma homenagem aos 80 anos do escritor, poeta e professor universitário João de Jesus Paes Loureiro. A 38ª edição do Arte Pará trabalhará na relação entre arte, política e estética, afetos e poesia. A direção do curador Orlando Maneschy ganhou proporções ainda maiores através do conceito da ‘Visualidade Amazônica: malhas afetivas’, no Museu do Estado do Pará.
Salão Arte Pará 2019
Data: de 10 de outubro a 22 de dezembro
Locais: Museu do Estado do Pará (MEP) e Museu da Universidade Federal (Mufpa)
Realização: Fundação Romulo Maiorana
Patrocínio: Vale e Faculdade Fibra
Colaboração: Sol Informática, O Liberal na Escola e Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel).

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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