Batman, o herói mais humano dos quadrinhos, completa 80 anos


O Homem-Morcego - ou aquele super-herói que todo mundo pode ser, completou 80 anos, sábado, 21 e as homenagens em torno de um dos personagens lembrados na história da cultura pop são diversas. Seja por conta das habilidades, da inteligência, do dinheiro ou até mesmo do traje; é difícil encontrar alguém que nunca quis estar na pele no Batman, um dos super-heróis mais famosos da DC Comics. 
Os fãs podem acompanhar as festividades com o novo Batman Bat-Rastreador interativo, lançado pela DC. Enquanto as cidades acionam o famoso interruptor que ilumina a insígnia, o Batman Bat-Rastreador espelhará as projeções em tempo real. No Brasil, o Bat-Sinal será projetado em São Paulo, no prédio do Itaú Cultural, na Avenida Paulista.Ao longo de todo o sábado, o mundo comemora a existência do Homem-Morcego. E mesmo que o personagem não tenha a capacidade de voar, é pelo céu que, assim como os habitantes de Gotham City, o mundo poderá ter a sensação de ter o Cavaleiro das Trevas por perto. A DC e Warner Bros iluminarão o céu à noite, com a projeção do icônico Bat-Sinal. As comemorações do aniversário do Maior Detetive do Mundo também incluem celebrações de fãs em diversas cidades do globo.
O país também terá outras homenagens ao Homem-Morcego, como duas exposições, e uma corrida noturna, onde os atletas irão percorrer as ruas do centro de São Paulo. O lançamento de diversos produtos licenciados também está na programação.
Um Batman com traços paraenses
Criado intencionalmente pela DC Comics em 1939, para pegar carona no sucesso do Superman, Batman teve seu nascimento pelas mãos do cartunista Bob Kane e do escritor Bill Finger. Desde lá, as aventuras do Homen-Morcego então ganharam diversas nuances, vilões com personalidades fortes, e até um parceiro, o Robin. O Batman também integrou uma equipe bastante famosa, a Liga da Justiça, história essa que tem mãos paraenses nos traços de algumas de suas HQs.
Ruy José, quadrinista paraense, teve a oportunidade de trabalhar em algumas histórias de um dos seus personagens favoritos. Ele, que carrega um currículo com “Green Lantern”, “Birds of Prey Blackest Night”, “The Immortal Hulk”, e uma indicação ao consagrado prêmio Will Eisner Comic Industry Award; relembra que desenhar o Batman foi uma empolgação difícil de explicar. “O Batman é diferente dos outros, ele não é um super humano. Mas por conta de estudo, persistência e força de vontade chegou a um nível intelectual e físico supremo”, descreve Ruy. 
O quadrinista acredita ainda que a característica do Batman que o torna mais atraente ao público é justamente a que o distingue do rol dos superpoderosos. “Acredito que as pessoas se identificam porque está um pouco mais perto delas. O Superman e a Mulher Maravilha, por exemplo, são endeusados. Eu me via no Batman quando moleque”, diz.
Ruy relembra que o encanto pelo Batman e suas narrativas veio com a publicação de “Cavaleiro das Trevas”, de Frank Miller, em 1986. Ele conta ainda que a história representa uma espécie de ruptura nos quadrinhos. “É um roteiro muito adulto, onde o Cavaleiro das Trevas já está aposentado e se vê forçado a usar o uniforme de novo por determinadas circunstâncias. Eu tinha em torno de 14 anos na época e vi um quadrinho mais sério, não era tão juvenil, e isso me chamou atenção”, descreve Ruy. “Toda uma geração foi formada e os quadrinhos acompanharam. O Cavaleiro das Trevas iniciou essa demanda, de conteúdos mais políticos, adultos e fortes”.
O paraense, que é representado no Brasil pelo Estúdio Chiaroscuro, fala ainda sobre emoção de ter trabalhado em uma história do morcego. “É evidente que a gente trabalha com mais empenho, mais fervor. Posso dizer que não é trabalho, quando a gente vê o personagem que ama, é diferente de qualquer outro. Desenhar um Batman dá uma empolgação muito maior, é uma vibe muito mais pesada. É uma empolgação tamanha que eu me divirto, me vejo moleque novamente”, relembra Ruy.

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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