Caderno E - Os Bastidores do Futebol

Edição: Cleoson Vilar e Paulo Henrique

Azulinos ficam no zero no Amapá 
A defesa não tomou gol do Cristal, mas em compensação,o ataque não funcionou e o placar ficou zerado

Observando as escalações, nada mais natural que o Remo assumisse a condição de favorito para desbancar o Cristal (AP), em jogo realizado ontem pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, em Santana, interior do Amapá. E foi exatamente o que aconteceu. Os paraenses deram poucas chances para o azar e logo impuseram a maior qualidade técnica e tática, comparado ao adversário. Um detalhe pesou contra, no entanto: a falta de precisão nas finalizações. E assim, Remo e Cristal empataram em 0 a 0.
Nos 20 minutos iniciais, sequências de sustos para a torcida paraense. O Leão errou passes em demasia e acabou criando condições para o maior volume de jogo do Cristal. Por três vezes, o goleiro Adriano foi forçado a trabalhar. Contudo, a cor da segunda metade do primeiro tempo foi azul-marinha. O time de Giba evoluiu significativamente a ponto de conseguir as oportunidades de gols mais cristalinas da partida.
Gilsinho até sofreu um pênalti, não assinalado pela arbitragem. Aliás, o meia, que se aproximou do título de melhor do jogo, foi a principal opção dos companheiros para ‘desafogar’, criar espaços. Em dois contra-ataques seguidos, o Remo quase abre o placar. No principal, depois de tabelar com Marlon e de frente para o gol, Gilsinho exagerou na força e a bola ganhou altura para alívio do goleiro Felipe. O Leão ficou no quase também por ‘via área’. Gian cobrou escanteio e o zagueiro Pedro Paulo, na primeira trave, desviou. O arqueiro Felipe fez a defesa.
No segundo tempo, prosseguiu o desespero dos anfitriões para evitar o gol remista. Antes do primeiro minuto, Gian, de meia bicicleta, testou, mas abola explodiu na trave. Na volta, a zaga afastou o perigo. Para não diminuir o fôlego e transformar superioridade em gols, o treinador Giba pôs Vélber e Samir nos lugares de Gian e Landu, respectivamente. De fora da área, principalmente com Samir, o Remo seguiu assustando a meta do Alvirrubro amapaense. A pressão, contudo, não se tornou insuportável mesmo após o zagueiro Cristiano, do Cristal, ter sido expulso. As últimas oportunidades foram de Vélber, após Zé Carlos funcionar como pivô, e Marlon. Ambas, sem sucesso.

>> Finalizações foram ponto fraco
A exemplo de parte do jogo contra o Cametá, a pontaria voltou a ser o principal problema do Leão. Foram criadas chances claras para vazar a meta do Cristal (AP). E, como Evandro, do Mapará Elétrico, na rodada de abertura, o goleiro Felipe acabou sendo considerado uma das figuras mais importantes do jogo por ter feito duas defesas de alto nível. O fato é que nas duas primeiras rodadas da Série D, o Remo faz lembrar uma célebre frase de um ex-treinador da seleção Brasileira. Carlos Alberto Parreira disse. “O gol é um mero detalhe”.
A falta de pontaria foi o principal tema das entrevistas dos azulinos ainda no gramado do estádio Augusto Antunes, em Santana. O lateral Marlon foi claro. “Tivemos várias oportunidades e não fomos felizes nas conclusões. Agora é procurar trabalhar”, disse. O apoiador Gilsinho, autor de um gol na Série D, passou em branco contra o Cristal e fez a seguinte colocação. “Erramos chances de gol”, declarou, evitando críticas, principalmente, diante da forma como o grupo se portou. “A gente tá de parabéns, fez um grande jogo fora de casa”, considerou.
O meia Gian estendeu a análise para o setor de criação. “Na minha opinião, faltou definir melhor, acertar o último passe”, enfatizou, seguindo. “Mas, a gente esteve bem dentro de campo. Acho que faltou um pouco de capricho nas finalizações”, detectou.
O centroavante Zé Carlos, principal referência de área do Remo, reclamou da arbitragem. “Pode até ser que a gente tivesse que variar um pouco a jogada. Mas, colocaram um juiz da casa. Cada caída do goleiro, eram três minutos. No final, ele dá dois minutos (de desconto)”.
Mapará se salva no último minuto
Cametá caminhava para a derrota quando aos 46 do segundo tempo, fez o gol de empate

O resultado pode até não ter sido o esperado. Mas no primeiro jogo do Cametá em casa na história do Campeonato Brasileiro, emoção não faltou. Com um gol aos 46 do segundo tempo, o Mapará empatou em 3 a 3 com o América-AM, jogando no Parque do Bacurau. O resultado deixa os cametaenses em terceiro lugar, com 1 ponto. Já o América divide a liderança com o Remo-PA.
A ansiedade pelo jogo parecia influir no desempenho do time da casa. Aos 17 minutos, cruzamento da direita, a defesa não cortou e Charles, de cabeça, colocou os amazonenses na frente. Mas oito minutos depois, Jailson lançou Balão, que tocou na saída do goleiro Nailton e deixou tudo igual. Charles estava de bem com as redes e antes do final do primeiro tempo, recolocou o América-AM na frente.
No segundo tempo, o Cametá se mandou ao ataque e depois de muita insistência, Jailson deixou tudo igual. O técnico Sérgio Duarte colocou o ex-remista Ivan em campo e deu certo. Em novo cruzamento, ele desempatou a partida.
O Mapará não desistiu e foi a luta. Foi premiado nos acréscimos. Outro reserva, Kevison, salvou a pátria do time da casa, que volta a campo no próximo domingo, quando vai a Macapá enfrentar o Cristal-AP. Já o América-AM recebe o Remo-PA.

1 a 1:Águia ficou no empate diante do São Raimundo

Águia e São Raimundo entraram em campo dispostos a fazer o tira-teima do futebol do interior: afinal, quem era o melhor? Mas no primeiro confronto entre Azulão e Pantera nessa Série C, cada um somou um ponto após o empate de sábado, no Zinho Oiveira. E a prova real entre o futebol de Marabá e o futebol de Santarém ficou para o jogo da volta.
Apostando na força da equipe e no apoio da torcida, o Águia entrou em campo disposto a pressionar. Mas talvez os jogadores do azulão, ao olharem para as arquibancadas, tenham perdido a empolgação: pouco mais de 900 pessoas foram ao Zinho Oliveira e o e o que prometia ser um caldeirão não esquentou nem em banho-maria. Assim, a maior posse de bola do Águia por muito pouco não passou em branco no primeiro tempo. Não fosse Felipe, aos 47, mostrar alguma inspiração para abrir o placar com um belo gol, a transpiração dos donos da casa teria sido em vão.
Mas o gol antes do intervalo não assustou os visitantes. Com a mesma postura equilibrada, o São Raimundo manteve-se atento e apostando nos contra-ataques. E quando teve sua chance, Soares aproveitou bem a cobrança da falta e, da intermediária, fez com que azulão provasse um pouco do seu próprio veneno. O meio-campo foi dispensado do Águia logo após o fim do Parazão.
Precisando da vitória, o técnico João Galvão abriu mão dos três zagueiros e mudou a formação tática da equipe. Mas as apostas não deram certo e o placar ficou na mesma. Além do prejuízo financeiro, a calculadora marabaense contabilizou o prejuízo na tabela. Menos dois pontos e que podem complicar o Águia no final. Ao São Raimundo restou comemorar o resultado e aprender com o adversário, para não ser a próxima vítima dos empates inesperados. (Diário do Pará)

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