Edição: Paulo Henrique

Chegou a hora
Clubes paraense tem desafios pela frente a partir deste sábado no Brasileiro. Então, as atenções da crônica esportiva estão voltadas para a cobertura dos representntes do futebol Papa chibé. (PV)


Papão invicto na Curuzu há 32 jogos
Paysandu 1 x 3 Ananindeua, em 18 de maio de 2008. Foi a última derrota do Papão na Curuzu. A invencibilidade é de 32 jogos, com 24 vitórias e 8 empates. Como visitante, no mesmo período, o time bicolor foi derrotado em Castanhal, Santarém, Parauapebas, Cametá, Picos/PI, Rio Branco/AC, Palmas/TO, Sobral/CE e até em São Caetano de Odivelas, como também no Mangueirão. Isso prova quanto a Curuzu fortalece o Papão, no calor da Fiel, apesar da crônica deficiência do gramado. No sábado o campo estará melhor, depois da troca total de grama nas grandes áreas e de alguns reparos.
Dos atletas bicolores que devem jogar contra o Rio Branco, Sandro, Alexandre Favaro e Zé Augusto são os únicos que já perderam defendendo o Papão na Curuzu. Sábado, mais que manter a invencibilidade de dois anos e dois meses na sua casa, o Papão precisa vencer o alvirrubro acreano para levantar o moral logo na abertura da Série C.

Contrato de Marcelo Ramos estava nulo
Marcelo Ramos foi contratado em maio, só chegou no dia 8 de junho e o contrato só foi assinado duas semanas depois da chegada. De propósito ou por vacilo administrativo, o Paysandu perdeu o prazo para registro do contrato na Federação Paraense de Futebol. O contrato tornou-se nulo. Mesmo que estivesse apto fisicamente para jogar sábado, não estaria legalizado. Se o atleta ficasse, o Papão teria que fazer outro contrato para legalizá-lo.
Isso tudo até poderia ser considerado motivo suficiente para o atacante desistir do Paysandu, sentindo-se cercado por desconfiança. A atitude de fugir da imprensa pode ter sido uma forma de evitar declarações contra o clube. Mas não deixou de ser indigna da gloriosa história do atleta. Marcelo Ramos, enfim, nivelou-se à cartolagem bicolor numa das mais embaraçosas contratações da atual gestão, entre tantas.

Altos e baixos de Daniel Morais
O novo atacante do Remo chegou a figurar na agenda do Remo, antes da contratação de Zé Carlos. É um jogador de altos e baixos na carreira. Surgiu tão bem no América/MG, lançado por PC Gusmão, que logo foi contratado pelo Cruzeiro. Fez seu primeiro gol com a camisa cruzeirense contra o Paysandu. Foi o gol da vitória do time mineiro por 4 x 3, de virada, no Mineirão. Mas não emplacou. Passou discretamente pela Cabofriense/RJ e mais discretamente ainda pela Portuguesa de Desportos, mas voltou ao América/MG com toda corda. Tão bem que foi vendido ao Gais da Suécia, onde fez sucesso. Voltou ao Brasil como jogador do América do Rio e fez seis gols no campeonato carioca. Dois meses depois chega ao Paysandu fora de forma, só devendo estar em condições de jogo na terceira rodada da Série C.
Na sua melhor fase, no América Mineiro, Daniel Morais foi chamado de “Danigol” e ganhou homenagem da torcida com a frase: Deus perdoa, Dani não.


Leão perde dinâmica sem Didão
A ausência de Didão, por contusão, significa perda de dinâmica no meio de campo do Remo. O substituto, Júlio Bastos, tem características semelhantes as de Danilo. O Remo fica com dois volantões. Em tese, com melhor proteção à zaga, mas com limitações na iniciação de jogadas. Para alívio de Giba, o meia Gilsinho foi legalizado ontem. É o jogador que encosta nos volantes para iniciar a ligação e pode, de alguma forma, compensar a perda de dinâmica pela ausência de Didão.
Outro efeito da presença de Gilsinho é a função mais ofensiva de Gian, jogando mais próximo dos atacantes, no último passe. O risco de o time ficar tão dependente de Gilsinho é cair na marcação do Cametá, que vem com três volantes e muito entusiasmo.
A maior vantagem da entrada de Júlio Bastos, mesmo ainda fora das condições físicas ideais, é a liderança que vai exercer em campo, sendo uma voz de comando, como diz Giba.

BAIXINHAS
* Marcelo Dias, que deixou o Paysandu dias depois de assinar contrato, não chegou a rescindir. Pelo menos, a rescisão jamais foi registrada na FPF. O ex-atacante do Santa Rosa continua vinculado ao Papão até 2011. Marcelo Dias pediu a liberação porque tinha uma proposta do Leiria de Portugal, foi liberado e até hoje sua transferência não foi requisitada por clube nenhum.
* Soares, que deixou o Águia e iria para o São Raimundo, continua registrado na FPF como jogador do clube marabaense. Mesmo aos 32 anos, Soares ainda é jogador para qualquer time paraense. Em 2008 foi premiado pela Aclep como craque do ano.
* Lateral esquerdo contratado pelo Remo no futebol carioca chega hoje com o nome sob sigilo. Vem para o lugar que poderia ter sido ocupado por Ânderson, que agora ameaça levar o Leão à Justiça cobrando indenização por danos morais.
* Thiago Potiguar recebendo acompanhamento psicológico. Um problema pessoal está perturbando o jogador bicolor, que, além disso, recupera-se de virose. Antes, foi tratado de lesão muscular. Assim mesmo, está nos planos de Charles Guerreiro para compor a dupla de ataque com Bruno Rangel, no sábado.
* Time do São Raimundo no coletivo de ontem: Labilá; Ceará, Preto Marabá, Evair, Souza; Marcelo Pitbull, Beto, Flamel, Michel; Branco e Marinelson. O time de Valter Lima só vai estrear na Série C no dia 24, sábado à noite, em Marabá, contra o Águia, na segunda rodada.
* Levi de sobreaviso no Baenão para a lateral esquerda, na hipótese de Marlon não se recuperar da entorse que sofreu ontem no joelho. Mas os primeiros diagnósticos indicam que não há gravidade. Tudo indica que Marlon estará apto na segunda-feira.
* Foi liberado, mas ainda não foi executado o pagamento ao Paysandu do patrocínio do Banpará referente ao mês de março. Os R$ 60 mil ficaram retidos num “castigo” ao clube por ter usado camisas exclusivas de outro patrocinador na solenidade de entrega do troféu de campeão estadual.
* Estudo de viabilidade jurídica vai dizer se o governo estadual pode ou não bancar custos de deslocamentos dos clubes paraenses nas Séries C e D e também na segunda divisão regional. Seria um aditivo no convênio que já existe com os clubes, com a liberação de mais R$ 400 mil. Clubes “rezam” pelo sim.

Fonte: O Liberal, Coluna do Jornalista Carlos Ferreira

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