Colunas & Colunistas - A Opinião de Carlos Ferreira
Edição: Paulo Henrique
Sandro na Série C pela primeira vez
Na primeira temporada de Sandro na Curuzu, em 2000, o Papão foi favorecido por uma virada de mesa. Havia sido rebaixado à Série C em 1999, mas entrou no módulo amarelo da Copa João Havelange, correspondente à Série B. Naquela temporada, a Copa JH substituiu o Campeonato Brasileiro. Em 2001, Sandro já foi campeão da Série B e permaneceu no Papão até 2005 jogando na Série A. Voltou este ano e vai jogar pela primeira vez na terceira divisão nacional.
A trajetória gloriosa não só no Paysandu, mas também no Grêmio/RS e no Sport Recife, faz de Sandro o jogador mais importante do time bicolor. É o ídolo, o capitão, o cérebro do time e um exemplo de garra, mesmo com quase 37 anos (completa dia 6 de agosto). Por tudo isso, é o jogador mais identificado com a torcida.
Sandro jogou fora de forma todo o campeonato estadual e mesmo assim foi peça vital na conquista do título. Agora, com a melhor preparação, deve tornar-se ainda mais eficaz. É quem pode fazer a diferença em campo, hoje, na estreia do Papão contra o sempre perigoso Rio Branco/AC.
Águia: recente, mas experiente
O Águia vai disputar o seu quarto campeonato na Série C. O primeiro foi em 2001. Voltou brilhantemente em 2008, com o 5º lugar entre 63 clubes, e foi apenas razoável em 2009, com o 12º lugar entre 20 clubes. O Águia é recente no campeonato nacional, mas já acumula a experiência de 52 jogos na terceira divisão. É com esse lastro que o time marabaense vai encarar o Fortaleza, amanhã, em Fortaleza.
Jogadores com rodagem internacional, como Ari, Jaime e Roma dão suporte de maturidade emocional ao time aguiano para a missão de amanhã, enfrentando a pressão dos tricolores cearenses no Castelão. O Fortaleza é favorito, sim, mas o Águia não precisa provar mais nada da sua capacidade de surpreender como visitante. O time perdeu Vitor Ferraz, Aldivan, Soares e Wando, mas está bem recomposto com Gustavo, Wander, Jaime e Roma. São peças que se integram a um padrão de jogo, o que facilita o entrosamento e o rendimento.
Betinho, a cada dia mais cotado
Falta suporte muscular, falta vivência no futebol, mas sobra talento. Betinho, 18 anos, sobe de cotação a cada treino do Remo. Foi destaque novamente no coletivo de ontem, ao substituir Gian, com seu fácil toque de bola e intensa movimentação. É um volante que está virando meia.
Giba chegou a sugerir que o Remo negocie parte dos direitos econômicos de Betinho com um clube de maior estrutura, que o prepare melhor e o valorize muito mais no mercado. Mas com o que vem mostrando nos treinos, é provável que a revelação azulina tenha chances no time mesmo ainda “verde”. Betinho tem o melhor aproveitamento do elenco remista em cobranças de falta perto da área. Habitualmente, faz “hora extra” ensaiando cobranças de falta com seus colegas Paulo André e Alan, também sub 20 integrados ao elenco profissional.
Números gerais de Papão e Águia
Na segunda-feira a coluna apresentará os números gerais do Remo no campeonato nacional, de 1971 a 2008 (ficou fora em 2009). O São Raimundo somente no próximo sábado. E o Cametá é estreante. Hoje é dia de Paysandu e Águia, que estreiam neste final de semana.
Começo os dados do Papão com uma correção. Ontem divulguei que o bicolor tem um total 597 gols. Foi um erro. Na realidade, o Papão tem 834 gols marcados e sofreu 975, em 681 jogos nas Séries A, B e C, com 210 vitórias, 198 empates, 273 derrotas.
O Águia tem 52 jogos, 21 vitórias, 14 empates e 17 derrotas. 82 gols marcados e 78 sofridos, em três campeonatos.
BAIXINHAS
* Através da CBF, Paysandu e Remo conseguiram impedir a TV Cultura de mostrar para Belém, ao vivo, os jogos de sábado e segunda-feira. A transmissão só irá para o interior. A Funtelpa está mobilizando seu núcleo jurídico para lutar pela transmissão dos jogos seguintes para a capital. Advogados de Papão e Leão vão trabalhar para manter a proibição.
* Roma está sob cuidados médicos no Águia. Virou preocupação para o jogo de amanhã contra o Fortaleza. O atacante paraense, de 31 anos, está pela primeira vez no futebol do Pará, 15 anos depois de ter saído do futsal do Remo para o futebol de base do Flamengo, onde “explodiu” em 2001, virando xodó da torcida rubro-negra.
* Mendonça, o “nego bala”, goleador e campeão estadual pelo Paysandu em 1992, agora é Marcos Mendonça, auxiliar-técnico do Bragantino na Série B, trabalhando com Marcelo Veiga. Está carecão e mantendo a simpatia de sempre.
* Giba se aborreceu com toda razão ao perder Raul. É um absurdo o departamento médico do Remo só descobrir agora a hérnia inguinal do jogador, apesar de suas queixas pelas dores. Pelos relatos que recebo, se a investigação tivesse acontecido tão logo as queixas do atleta começaram, Raul já poderia até estar recuperado da cirurgia.
* Viradas de placar no campeonato estadual, nos últimos minutos, contra Independente e Ananindeua, deram a prova da larga influência da torcida bicolor na Curuzu. Hoje o Papão vai precisar muito do mesmo empurrão para vencer o Rio Branco. O jogo é dos mais difíceis.
* Com Thiago Potiguar no ataque, compondo dupla com Bruno Rangel, aumenta a responsabilidade de Fabrício na criação de jogadas. Marquinhos vai dar condições para Sandro aparecer mais no ataque e também servir aos atacantes.
* Acreanos mais confiantes do que nunca no inédito acesso do Rio Branco à Série B. É um sonho perseguido nos últimos quatro anos com chances reais. Desta vez, o investimento foi arrojado. Mas a missão nunca foi tão difícil pelo equilíbrio do grupo na primeira fase. * Ansiedade maior é a dos cametaenses. O Cametá, que completa o primeiro ano em agosto, é estreante em competições da CBF. Mal nasceu e já divulga o nome da cidade para o país inteiro.
Fonte: O Liberal, Coluna do Jornalista Carlos Ferreira
Fonte: O Liberal, Coluna do Jornalista Carlos Ferreira
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