Caderno E - Os Bastidores do Futebol

Edição: Paulo Henrique e Cleoson Vilar.

                                    BRASILEIRÃO 2010

A vaga é do Leão e ninguém tasca!
Time azulino goleou o Cristal e garantiu o 1º lugar do grupo e a vaga antecipada para a 2ª fase
Um jogo de um time só, uma nota só. O Remo foi extremamente superior e quebrou o Cristal (AP) em quatro partes. Foi um 4 a 0 justo, incontestável. Poderia até ter sido de mais. A vitória foi pouquíssima ameaçada – apenas em lances esporádicos de ataques malsucedidos do visitante do jogo de ontem, válido pela quinta rodada da Série D do Campeonato Brasileiro.
A goleada foi um alento aos pouco mais de quatro mil pagantes que se dirigiram ao Mangueirão e saíram com a garantia matemática de classificação à próxima fase do nacional. De quebra, os azulinos comemoram a certeza da liderança do grupo A, com uma rodada de antecedência.
Antes de ir a Cametá e concluir a sua participação nesta etapa do torneio, os remistas ainda vão avaliar os pormenores da vitória sobre os macapaenses. Vão analisar, com certeza, que o craque da partida foi Vélber. O Risadinha foi a principal peça ofensiva da engrenagem montada por Giba. Movimentou-se, caiu pela esquerda, pela direita e confundiu a marcação do rival. Ainda colocou Marlon e Zé Carlos em condições de gol. Apenas o lateral aproveitou.
Vélber bem que poderia, no entanto, ser mais auxiliado por Gilsinho ou Canindé. Ambos se esforçaram, contudo, pouco saíram da marcação. Se fossem mais ágeis e efetivos, o Leão poderia ter ampliado o marcador ainda no primeiro tempo.
Na etapa final, Giba insistiu com Gilsinho e acabou substituindo Canindé por Gian. Por isso, o segundo gol remista tem um quê da comissão técnica. Gilsinho foi o autor num chute forte e preciso. E o adversário caiu de vez, como um lutador que foi à lona. Deu espaços para as manobras de Vélber, dessa vez, auxiliado por Gian. Suicídio anunciado!
Foi Gian quem passou para Vélber assinalar o terceiro. Um golaço e, sobretudo, um prêmio ao melhor do jogo. Vélber, o mais efetivo, seguido por Marlon, digno de uma menção honrosa. O lateral-esquerdo atuou com segurança, desenvoltura e, além do primeiro gol, cruzou com categoria para Júlio Bastos assinar o quarto gol. O volante fechou a goleada, mas bem que poderia ter sido o Frontini, o Heliton...

Nada de moleza no reino azul
Para o Leão, as três vitórias em casa, além dos empates fora resultaram numa classificação antecipada à fase seguinte. No momento, o adversário do primeiro mata-mata seria o Vila Aurora, segundo colocado do Grupo 2.
Contudo, a comissão técnica evita projetar a sequência do campeonato. A última rodada da primeira fase, contra o Cametá, no interior do Pará, não será tratada como cumprimento de tabela. É a ordem de Giba. “Não podemos perder o foco”, avisou, exigindo mais vitórias e gols que agregarão qualidade à campanha. “São quesitos que podem fazer a diferença lá na frente”.
Aliás, aproveitando um intervalo na tabela da Série D, precisamente dia primeiro de setembro (quarta-feira), o Remo deve viajar ao interior de São Paulo para enfrentar, de forma amistosa, o Noroeste, como parte das comemorações pelo centenário do clube paulista. “O Noroeste é um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro”, frisou Giba.

Giba fica com sorriso no rosto
As reações do treinador Giba confirmam a satisfação com a evolução técnica da equipe. Tranquilo, ele chegou a abandonar a área técnica, sentou no banco ao lado dos substituídos e conversou com Canindé, por exemplo. Reagiu pouco, talvez, nem precisasse. Já na reta final do segundo tempo, até pareceu se desculpar com Vélber, ao substituí-lo minutos após o gol do meia-ofensivo.
“Jogamos bem e confirmando as colocações que fiz aqui. Jogador de futebol precisa de conforto, temos uma equipe altamente técnica”, defendeu, insistindo com o argumento que o fez solicitar a alteração do horário do jogo. A razão? A temperatura mais amena e, portanto, a adaptação mais rápida dos jogadores ‘importados’ com a bola rolando às 17h. “Temos um elenco! Estou muito contente com o trabalho de todos. O trabalho, modéstia à parte, vem sendo muito bem feito”, defendeu.
Para defender o argumento, Giba destoou do comandante do Cristal. Flávio Barros lamentou a fragilidade do seu time e pediu seis reforços, apesar do perigo de desclassificação. Já Giba... “O adversário não é fraco. Tanto é que eles estão no páreo. A vitória foi merecida porque nosso time fez por merecer”, opinou. “Se fosse por 1 a 0, ficaria feliz do mesmo jeito”. (Diário do Pará)

Paysandu derrota o São Raimundo por 2 a 0
Bruno Rangel, Artilheiro do Papão, marcou mais dois
A vitória do Paysandu sobre o São Raimundo pelo placar de 2 a 0 saiu melhor que a encomenda para os bicolores. Com mais três pontos no grupo A da Série C, conseguidos fora de casa, o time do técnico Charles Guerreiro segue na liderança isolada da chave (e da competição) com dez pontos em uma convincente campanha de três vitórias e um empate, enquanto o São Raimundo amarga a quarta posição com dois pontos e sério risco de ser rebaixado. O Fortaleza não jogou na rodada e segue vice-líder com seis pontos. Todos com quatro jogos.
Bruno Rangel e Alexandre Fávaro foram os heróis do time alviceleste. Ao primeiro, coube mandar para dentro da rede de Labilá as duas bolas que decidiram a partida, enquanto ao segundo coube fechar o gol do Paysandu para as várias oportunidades criadas pelo alvinegro de Santarém, com Max Jarí e Marinelson.
Como no duelo dos botos Tucuxi e Cor-de-Rosa, cada equipe teve o seu momento de brilhar no Sairé dos gramados. A primeira etapa foi do Papão, que fez uma boa exibição coroada com os tentos de Rangel, mas, a etapa final foi mesmo do ‘boto’ da casa, o Pantera, que aproveitou o recuo do time de Charles Guerreiro e colocou muita pressão, apesar de não conseguir o grand finale com os necessários gols para garantir a vitória e se manter vivo na competição.
Contudo, era dia do azul e branco, e a torcida santarena teve que se contentar em assistir a mal fadada estreia de Sebastião Rocha no comando do São Raimundo em uma apresentação boa, mas que pecou pela falta de gols. Por falar em estreia, Jean Sá, surgiu no final da partida como a nova opção de Charles Guerreiro para o ataque que já não contou com Moisés.
Nesta quarta-feira (18), o São Raimundo recebe mais um adversário no Colosso do Tapajós, o Rio Branco (AC), no duelo dos lanternas. De volta a Belém, O Paysandu volta a campo no próximo domingo (22) para enfrentar o Fortaleza, no embate dos líderes, dessa vez no Mangueirão. E aí a cobra vai fumar...

Cametá ainda está na luta por uma vaga na Série D
O Mapará passo em Branco e corre perigo
Empate diante do América obriga o Mapará a buscar a vitória contra o Remo na última rodada
Nem América (AM), nem Cametá. O resultado final foi aquele que nenhuma das duas equipes gostaria. América e Cametá empataram em 0 a 0, na tarde de ontem, no Estádio Francisco Garcia, na cidade de Rio Preto da Eva. Com o empate, agora, o Grupo 1 do Campeonato Brasileiro da Série D ficou ainda mais embolado.
O jogo foi bastante disputado, as duas equipes exageraram na força, tanto que o árbitro do jogo, Carlos Ronne Casas, aplicou nove cartões amarelos, sendo seis para jogadores do América e três para os cametaenses. Com a bola rolando, as equipes criaram boas chances de gols, mas pecavam na hora da finalização. Apesar da postura ofensiva adotada pelos dois times, ninguém conseguiu balançar as redes.
O placar não agradou a nenhum dos dois treinadores, que entram em campo precisando do resultado positivo. “Não era o que esperávamos, precisávamos sair daqui com uma vitória, mas ainda temos chances reais. Agora é trabalhar durante a semana para tentar uma vitória diante do Remo, em casa”, analisa o técnico do Mapará, Fran Costa, que tem o pensamento seguido pelo treinador adversário. “A gente queria garantir a classificação, mas isso não foi possível. Não foi um bom resultado, mas continuamos dependendo de nós mesmos”, ressalta o técnico Sérgio Duarte, do América.
Os amazonenses se mantiveram na segunda colocação do Grupo 1, com seis pontos. Na última rodada, o Mequinha enfrenta o Cristal (AP), fora de casa, e só depende de si para conseguir a segunda vaga. Já o Cametá decide o seu futuro no campeonato em casa, diante do Remo, único clube que garantiu a classificação de forma antecipada. (Diário do Pará)

Águia goleia o Rio Branco por 4 a 0 no sábado
A Estrela de Felipe Mamão brilhou em Marabá
Se perder era inaceitável para os dois times, a sorte tratou de soprar a favor do Águia, sábado, no Zinho Oliveira. E em uma partida onde tudo deu certo para os donos da casa frente o Rio Branco, o azulão finalmente venceu e de quebra convenceu, e com a goleada mostrou estar muito vivo na competição e credenciado a brigar por uma vaga na próxima fase. Ao Rio Branco, a luta agora é contra o rebaixamento, que bate à porta, cada vez mais ameaçador.
Apesar de insinuar um time com três atacantes, o técnico João Galvão optou pelo já tradicional 3-5-2 e deu à Torrô uma chance no ataque. A surpresa mesmo ficou por conta da postura dos visitantes que apostaram em um trio ofensivo, formado pelos sempre perigosos Marcelo Maciel e Juliano César, ao lado de Marcelo Brás, que finalmente pôde estrear. E foi dele a melhor chance alvirrubra, mas a cabeçada saiu tirando tinta da trave.
Com o placar zerado, as duas equipes foram para o vestiário em busca de soluções. E, para o Águia, a solução era Diego Biro, que mudou a cara do time. Mudou tanto que, logo aos 2 minutos, Bernardo, ligado no jogo, aproveitou rebote do goleiro para abrir o placar. E foi a partir daí que Felipe roubou a cena.
Em dois pênaltis seguidos, sofridos por Torrô, Felipe ampliou a vantagem marabaense e espantou qualquer chance de reação dos visitantes. Depois, com categoria, na saída do goleiro Marcelo Cruz, marcou o terceiro dele em 10 minutos, fechando a goleada aguiana.
Ironicamente, de pior ataque da Série C, o Águia passou a ter o vice-artilheiro da competição; de time sem vitórias, passou a forte candidato a uma vaga no mata-mata. Pelo lado acreano, resta lamentar, fazer contas e rezar por uma salvação.

CLÁSSICO PREOCUPA
Depois da goleada sobre o Rio Branco e a reabilitação na briga por uma vaga à próxima fase, o Águia tem agora duas semanas para se preparar para mais uma pedreira: encarar o até aqui líder Paysandu. E, apesar do tempo que falta, já há sinais de ansiedade no ar.
Ainda comemorando o bom resultado contra o Rio Branco, o técnico João Galvão fez questão de ressaltar a atitude vencedora do grupo. “Conseguimos uma vitória boa, daquelas para alavancar o moral. Era o que precisávamos, porque estávamos jogando bem, sempre”, lembrou. “Nossa equipe venceu e convenceu”, completou.
Mas, passada a comemoração, é tempo de pensar no Paysandu e aproveitar bem as duas semanas que antecedem o confronto. “Temos que nos preparar. O Paysandu é um adversário difícil e que vem bem na competição, mas temos também que fazer o nosso papel dentro de casa e vencer”, ressaltou o técnico do azulão. (Diário do Pará)

Nenhum comentário