Colunas & Colunistas - A Opniao de Carlos Ferreira
Edição: Paulo Henrique
Tudo Pelo Pará
O time do São Raimundo deixou escapar uma vitória certa e isso pode fazer falta no final da primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série C. Todavia, torcer por resultados positivos para os paraenses e a nossa maior força, pois esperamos que o futebol do Estado consiga melhores posições no próximo ano, afinal de contas, trabalhamos para divulgarmos as conquistas dos nossos representantes. (PV)
Ganso estreia para o mundo
A partir de hoje, a camisa da Seleção Brasileira dá projeção mundial ao talento de Paulo Henrique Ganso, o menino da Cidade Nova que já encantava com as camisas do Estrela, da Tuna e do Paysandu, e agora impressiona com a camisa do Santos. O amistoso Estados Unidos x Brasil trará uma emoção especial para os paraenses. Afinal, Ganso é mais que um conterrâneo. É um rapaz de alma boa, que cativa por sua autenticidade, simplicidade, solicitude e solidariedade.
Ganso é autêntico quando veste a camisa do Pará em plena premiação de campeão da Copa do Brasil e declara-se orgulhoso por ser paraense, “papa açaí”. É simples quando vem a Belém, já famoso, e vai conhecer de perto aparelhagens sonoras e declara paixão pelo tecnobrega. É solícito, dando atenção a todos. É solidário quando visita o hospital Ophyr Loiola levando carinho às crianças que estão em tratamento de câncer. Fiel às origens, consciente do valor do seu nome, Paulo Henrique estuda a melhor forma de contribuir para a evolução das categorias de base dos clubes paraenses, cujas mazelas o fizeram sofrer muito em Belém.
Pelo craque que é, especialmente pela pessoa que é, Paulo Henrique Ganso merece todas as dádivas. É um craque digno de ser ídolo, pelo ótimo exemplo que representa para crianças e adolescentes em geral.
Moisés quer liberação e mais R$ 2 milhões
A ação ajuizada pelo advogado Daniel Sena, no TRT, em nome de Moisés, não apenas pede o desvinculamento do atleta como cobra R$ 2.096.631,89. O valor inclui multa rescisória, férias, FGTS e aviso prévio.
Na ação, o advogado diz constar em anexo o extrato do FGTS, datado de 3 de agosto, confirmando a falta dos depósitos. Cita também o Cadastro Nacional de Informações Sociais do INSS garantindo que consta a inscrição do atleta, apesar dos descontos de INSS no contra-cheque. A outra acusação é de não pagamento de duas férias. Confirmando-se essas ilegalidades, parece inevitável o desvinculamento de Moisés na audiência do próximo dia 26. O presidente do Paysandu, Luiz Omar Pinheiro, jura que o clube está em dia com todas essas obrigações. Mas se os pagamentos foram feitos depois da notificação, de nada irão adiantar.
Pelos acenos das duas partes, a tendência é o acordo, possivelmente com Moisés abrindo mão dos valores que está cobrando em troca do liberatório. Mas isso é apenas uma tendência! Enquanto isso, o atleta é obrigado a treinar em separado, às 15 horas.
Gol, ralho e exemplo de um capitão
Sandro voltou a fazer gol de perna esquerda depois de oito anos. O anterior foi contra o Cruzeiro, no primeiro jogo da Copa dos Campeões - derrota do Papão por 2 x 1 em Belém. Mas isso é apenas um detalhe. Importante foi o exemplo do capitão bicolor em Fortaleza, jogando com raça, competência e ambição. Com autoridade, Sandro “ralhou” os colegas pela conduta com que deixaram escapar a vitória.
Charles Guerreiro costuma reproduzir frase de Zico, que diz: “Não basta meter a faca no adversário. É preciso girar a faca dentro dele”. Em Fortaleza, o Papão foi melhor em campo, mas com poucas e más finalizações. O goleiro do time cearense fez apenas duas defesas. A virtude do time bicolor é o toque de bola, com alto índice de acerto de passes. Mas não soube se impor, mesmo diante do mau desempenho do Fortaleza, um adversário lento e desarticulado. O ralho de Sandro, portanto, foi justíssimo.
Um estranho no ninho
Trabalhando no mundo árabe desde 2005, Sebastião Rocha será um estranho no ninho por pelo menos duas semanas, no São Raimundo. É um técnico de admirável currículo, com muita sabedoria para transmitir, devendo contribuir para a estruturação organizacional do clube. Mas no trabalho com o time, em campo, terá imensas dificuldades por não conhecer a realidade que vai encontrar na cidade, no clube e na competição. Isso tudo é prejudicial na missão urgentíssima da reação pela classificação. As chances seriam maiores com Valter Lima. A tendência é o tiro sair pela culatra.
BAIXINHAS
* Lateral Ânderson, que chegou a fechar negócio com o Remo, mas foi rejeitado para a vinda de Márcio Loiola, fez o gol do São José/RS na derrota para o Joinville, por 2 x 1, no fim de semana. Outros dois paraenses no “Zequinha” gaúcho são o volante Marabá e o atacante Rafael Oliveira, ambos frutos do Paysandu.
* Frontini é a atração do time B do Remo, hoje, contra a seleção de Primavera, às 17 horas, no Baenão. O atacante argentino tem um bom discurso, mas é na força física que está sua real chance de conquistar a torcida azulina, desde que confirme as credenciais de goleador.
* Almanaque do Papão, livro a ser lançado pelo pesquisador Ferreira da Costa no próximo dia 19, vem relatando a maior goleada aplicada pelo time bicolor: 17 x 1 sobre o Brazil Sport, em 16 de maio de 1915. Somente o centroavante Gily fez 9 gols. José (3), Artur Morais (2), Moura Palha, Burns e Guimarães completaram o placar.
* Torcedor remista Édson Pantoja recorre a coluna para fazer desabafo: “O Remo, nesse campeonato brasileiro, tem sido uma caricatura de time de futebol. Ora, se o Giba Maniaes já está 8 a 9 meses no comando do time (na realidade, está desde março) e ainda não deu um padrão tático ao time, pergunto: o que ele faz, então, para justificar um salário altíssimo de cerca de R$ 50 mil mensais?” Completa dizendo que Giba tem se destacado por “justificativas estapafúrdias que ainda entrarão para o anedotário futebolístico”.
* Não considero anedota a alegação de desgaste física dos atletas que estão em adaptação ao clima. Nesses casos, a perda de líquido é realmente além do normal e muito prejudicial. Mas não com a dimensão dada por Giba tentando justificar do péssimo desempenho do time remista. Na realidade, a desarrumação do time e consequente exagero nos erros de passe aumentam o desgaste pela correria para retomada da posse de bola. Esse é o problema!
* Marinho, que enfrentou o Remo pelo Ipatinga na Série C de 2005, é o atacante mais cotado entre os agendados pelo Paysandu. Agora está no Atlético Mineiro. Vem um novo atacante, vai embora Neto Potiguar, por falta de legalização. Trabalhou 50 dias na Curuzu em vão.
* Amistoso que o Papão faria amanhã com o Cristal foi descartado pelo clube amapaense, que desistiu de ficar a semana em Belém, instalado na concentração do Paysandu.
Fonte - O Liberal. Coluna do Jornalista Carlos Ferreira
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