DEBATE NO RÁDIO - Candidatos Perguntam e respondem
Edição: Paulo Henrique e Cleoson Vilar
Ausente, Dilma vira alvo de rivais em debate católico
Embora ausente, Dilma Rousseff foi uma das estrelas do debate presidencial promovido por duas TVs católicas –Canção Nova e Aparecida.
Tratada pelos antagonistas como fujona, Dilma apanhou sem defesa. O púlpito reservado a ela, ao lado do de José Serra, foi mantido em cena.
Partiu de Plínio de Arruda Sampaio a crítica mais incisiva. Soou já no primeiro bloco do debate:
"Dos quatro candidatos, tem uma que não podia deixar de estar aqui. O meio cristão sabe muito bem quem é José serra, quem é Marina...”
“...E eu, acho que nenhum dos bispos e padres que estão aqui deixam de me conhecer. No entanto, essa senhora, que é uma incógnita...”
“...Não sabemos quem é, foi inventada pelo Lula, manda uma cartinha cheia de platitudes, foge do debate".
Mais adiante, meio meio a uma resposta sobre o modelo econômico vigente, Serra também cuidou de injetar Dilma na discussão:
“O que nós temos são três recortes em matéria econômica, que não representam orgulho para nós...”
“...Primeiro, a maior taxa de juros do mundo. A candidata ausente tem defendido essa política".
Para justificar a fuga, Dilma alegara incompatibilidade de agenda. Cometeu, porém, uma imprudência.
No instante em que se desenrolava o debate, a pupila de Lula foi à internet. Plugada ao twitter, anotou:
"Olha que interessante, o Pato Fu interpretando músicas de sucesso usando instrumentos de brinquedo". Forneceu um link que conduz à música 'Love me Tender' (Ame-me com Ternura)
Avisado, Plínio voltou à carga. Não soou terno: "Sabe o que ela está fazendo? Tuitando! Os meus tuiteiros disseram que ela está agora assistindo a uma banda chamada Pato Fu".
Diante de uma platéia de religiosos, Serra, Marina e Plínio produziram um debate morno. foram submetidos a questões caras à Igreja.
Abordaram-se, por exemplo, temas como aborto, criminalização da homofobia, ensino religioso e o PNDH (Plano Nacional de Direitos Humanos) do governo Lula.
Questionado sobre o plano, Serra atribuiu a esse “a principal razão” da ausência de da rival petista:
"A Dilma não quer explicar as coisas que acontecem, o que ela pensa, numa atitude de manipulação da opinião pública".
Marina evitou as críticas a Dilma durante o debate. Porém, encerrado o evento, foi provocada. E ecoou Plínio e Serra:
“Procurei ser respeitosa com a ausência dela, mas ela não foi respeitosa com a nossa presença...”
“...Fico triste porque a justificativa que eu soube era uma, e agora sabemos que foi uma escolha. Antes a justificativa tivesse sido verdadeira”.
Escrito por Josias de Souza
Fonte: Blog do Josias de Souza - Colunista da Folha de São Paulo.
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