Colunas & Colunistas - A Opinião de Carlos Ferreira
Edição: Paulo Henrique
Copa Centenário
Vou aproveitar esse espaço cativo para informar aos leitores que o Rosário Centro vai organizar a Copa Centenário, reunindo times de Futsal e de Vôlei de Capanema para comemorar os cem anos de emancipação política e administravia do município. Essa é atitude louvável dos desportistas Edmar Carvalho, Haroldo Menezes e Fábio Moraes que estão à frente da coordenação. Estarei enviando matérias ao colega Carlos Ferreira para que ele destaque em sua coluna no Jornal O Liberal, sendo assim, outras pessoas vão tomar conhecimento deste importante evento esportivo que terá equipes de várias categorias e vai movimentar a cidade de Capanema. (PV)
Ganhos e perdas na venda do Baenão
Sem dúvida, o ideal para o Remo seria manter a posse do Baenão, modernizá-lo, adaptá-lo às normas de segurança e conforto para o público. Mas, ao contrário, o estádio só se deteriorou nas últimas décadas, foi frequentemente vetado total ou parcialmente para jogos oficiais, enquanto aumentava o endividamento do clube. O Remo foi jogado na vala da forma mais irresponsável que se pode imaginar. No entanto, muitos remistas influentes, inclusive alguns dos que construíram a devastadora dívida com atrocidades administrativas, de repente resolveram posar de guardiões do patrimônio remista.
Ter o Baenão vendido por pressão da Justiça do Trabalho, em condições abaixo do que o mercado poderia proporcionar, é uma perda humilhante. Mas esse era o mal menor. Além do que, também oferece a possibilidade de ganhos. O Remo voltará a ter talão de cheques e passará a ter um complexo de futebol, provavelmente na BR 316, com estádio e centro de treinamentos, com condições decentes para treinamentos e hospedagem dos seus profissionais. Vale lembrar que o Baenão será entregue para demolição depois que o futuro estádio estiver homologado pela CBF para jogos oficiais, mesmo que ainda em obras. É o que consta na ata da reunião em que foi “batido o martelo” na última segunda-feira, no TRT, sob coordenação da juíza Ida Selene.
Agora tudo passa a depender da gestão. A troca do obsoleto Baenão por um moderno complexo de futebol vai valer a pena se o clube tiver gestões capazes de tornar o futebol lucrativo, com revelação e exportação de talentos, time vitorioso e torcida feliz, disposta a investir na compra de produtos do clube, especialmente o programa sócio torcedor. No entanto, se forem repetidas as irresponsabilidades do passado, não irá demorar para que novas dívidas trabalhistas impliquem em novas perdas de patrimônio. Ou o Leão dá a virada ou volta para a vala de onde parece estar saindo.
Remo terá chance de negociar com credores
Embora o consórcio Agre/Leal Moreira esteja assumindo a dívida trabalhista do Remo (R$ 7.913.880,16), o clube terá assento nas rodadas de negociação com os credores na Justiça do Trabalho. Em entrevista ao colunista, a juíza Ida Selene disse que será priorizado o pagamento de quem aceitar a conciliação. Os credores que se opuserem vão receber por último.
O valor da dívida será repassado pelo consórcio empresarial ao TRT em 25 pagamentos, a partir de 30 de setembro. O primeiro será de R$ 1 milhão, programado para 30 de setembro, e o restante em 24 parcelas mensais. No período, o Tribunal vai programar rodadas de negociação entre o Remo e os credores. A esperança do clube é economizar o suficiente para pagar salários atrasados dos funcionários atuais, que estão numa fila de espera e só não entraram na Justiça pela promessa de receber quando o estádio fosse vendido.
Dívida do Papão: R$ 50 mil de juros mensais
Se a dívida trabalhista do Remo crescia mensalmente com juros sobre juros (1% ao mês, R$ 80 mil), a dívida do Paysandu, que está em cerca de R$ 5 milhões, tem o acréscimo mensal de R$ 50 mil somente de juros. O estádio da Curuzu e a sede social estão penhorados.
A juíza Ida Selene destaca, porém, uma diferença de conduta. “De alguma forma, o Paysandu está pagando. Faz acordos e cumpre. Além disso, entra dinheiro das rendas e o Tribunal vai pagando os credores”, disse ela, acrescentando que se o clube parar de pagar, vai ter o mesmo tratamento dado ao Remo. No entanto, o débito do Papão não está diminuindo. A explicação está na “bola de neve” dos juros.
Negociada a reeleição de Luis Omar
As forças que eram contrárias à reeleição do presidente Luis Omar Pinheiro, no Paysandu, tornaram-se favoráveis depois de um acordo que implica em algumas concessões, como poder de decisão ao vice nas freqüentes ausências do presidente. E a vice-presidência será de Toninho Assef. Mas o acordo não impede o surgimento de uma candidatura de oposição. As eleições do Papão serão em novembro, renovando a mesa diretora da Assembléia Geral, o Conselho Deliberativo, o Conselho Fiscal e a diretoria executiva.
BAIXINHAS
* Questão judicial do dia é o futuro de Moisés, a ser decidido na 2ª vara do TRT, pela juíza Vanilza Malcher. Para o público, o caso tem duas versões e nenhuma prova. Mas, pela postura sempre rigorosa da Justiça Trabalhista, o fato é que o Paysandu só mantém o vínculo do atleta se negar as acusações com provas documentais. Audiência às 9h35.
* Injunções do conselheiro Benedito Sá para desapropriação do Baenão pelo governo estadual não fazem sentido. Em pleno período eleitoral, sendo candidata à reeleição, a governadora jamais poderia fazer tal investimento. E mesmo que pudesse, a burocracia tornaria o processo muito demorado. Estranho é ouvir tal proposição de alguém que é também promotor de justiça.
* É legítima qualquer manifestação de conselheiros e beneméritos contrários à venda do Baenão. O debate, com as opiniões mais conflitantes, não deixa de ser válido mesmo depois da venda consumada. Mas o Conselho Deliberativo do Remo faria melhor se focasse agora na reforma estatutária criando instrumentos que garantissem gestões responsáveis para o futuro do clube.
* Tratando-se de lesão no músculo do arranque e sendo Thiago Potiguar um jogador de velocidade, não dá para imaginar a recuperação do atacante bicolor para o jogo de sábado. Também muito difícil a presença de Sandro contra o Águia, por ser outro caso de lesão muscular. Vaninho deve ganhar condições de jogar.
* Do atual elenco, o lateral Marlon é o artilheiro do Remo na temporada com 10 gols. Fez em cobranças de falta, de pênalti, de escanteio e até de cabeça. Marciano, que deixou o clube ao final do campeonato estadual e voltou para o Icasa, ainda é o maior goleador azulino da temporada com 12 gols. Foram 9 no Parazão e 3 na Copa do Brasil.
* Vem aí a TV Papão. O assessor de comunicação do clube, Júnior Brasil, diz que está autorizado pela presidência a iniciar os serviços. A TV Papão será acessada pelo site do clube, devendo entrar no ar em setembro ou outubro. Nos primeiros 30 dias, acessos gratuitos. Depois, sob mensalidade de 10 reais.
* Autores do gol 8.000 da história do Paysandu (faltam 52) e do gol 900 do Remo em campeonatos brasileiros (faltam 5) serão homenageados com placa alusiva. A oferta é da TV Liberal e a entrega será no comentário do colunista no Jornal Liberal 1ª edição. * Questão da venda do Baenão rendeu dois furos de reportagem à TV Liberal. Foi no Globo Esporte, há um ano, que o presidente Amaro Klautau anunciou o plano da venda. Foi novamente no Globo Esporte, ontem, que a juíza Ida Selene, do TRT, deu a notícia da venda consumada. Nos dois casos, o assunto foi tratado em primazia também por esta coluna.
Fonte: O Liberal, Coluna do Jornalista Carlos Ferreira
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