Colunas & Colunistas - A Opniao de Carlos Ferreira

Edição: Paulo Henrique  

 Reta Final 
Este é o momento mais importante dos paraenses que buscam melhor posicionamento no Campeonato Brasileiro. Como dizem os parafraseadores: "chegou a hora da verdade". Os destinos dos clubes estão nas pontuações que precisam ser acumuladas, caso contrário, poderemos ter algumas surpresas. Os representantes da Série C: Paysandu, Águia e São Raimundo, vivem situações diferentes, mais parecidas em linhas gerais, pois qualquer tropeço a fatalidade  pode aparecer e se juntar as lamentações e não é isso que queremos. Na Série D, não é diferente e o Remo, único representante, precisa vencer para convencer. Reservadas as proporções, vamos aguardar os resultados e torcermos pelas vitórias para que o destino do futebol paraense seja atrelado a triúnfos. Para que os leitores conheçam mais detalhes sobre essa história dos representantes do Pará, recomendo que acompanhem a coluna do conceituado Jornalista Carlos Ferreira. (PV)
 

                    Mesmo algoz, no mesmo cenário
           O Paysandu estava numa sequência de sete jogos sem derrota, depois de ter perdido por 1 x 0 para o Águia no primeiro jogo da decisão do título estadual, no final de maio. Três meses depois, o mesmo algoz, no mesmo cenário.
           O Águia cumpriu o que prometeu. Jogou uma “decisão”. O Paysandu não foi menos valente, mas claramente empobrecido pelas ausências de Sandro e Fabrício no meio de campo. O time bicolor repetiu a falta de objetividade e foi mais lento na iniciação de jogadas. Leandro Camilo e Bosco voltaram a ser os destaques do time, com bom trabalho também do volante Tácio. No Águia o destaque foi para a aplicação coletiva. Um time que venceu associando bravura à disciplina tática.
           A classificação do Papão continua engatilhada, por conta de uma vitória sobre o São Raimundo, no próximo domingo, na Curuzu. Mas se não vencer jogará no Acre decidindo o futuro. O Águia está a três pontos do líder Paysandu e a dois pontos do vice-líder Fortaleza, com um jogo a menos. Portanto, brigando com possibilidades reais pela classificação.   

                      Esquenta a briga doméstica
           Cascata, do ABC, passou em branco na rodada. Continua com quatro gols, agora isolado na vice-artilharia da Série C. Felipe Mamão, do Águia, fez seu quinto gol e igualou-se a Bruno Rangel, do Paysandu, esquentando a boa briga doméstica pelos status de maior goleador da competição. Uma honra para o futebol paraense na Série C.   
                             
                       Quem construiu a dívida do Remo?
            Números oficiais, do Tribunal Regional do Trabalho, dimensionam a dívida trabalhista do Remo em R$ 8 milhões, resultantes de 94 processos, no período de 2002 (gestão de Licinho Carvalho) a 2010, passando por outras seis administrações. Na realidade, a dívida foi construída por um “efeito dominó” desde os anos 70, quando a venda do Posto Azulino não foi suficiente para zerar os débitos, rolados de uma gestão para outra e aumentados pela repetitiva política de importação desenfreada de jogadores e treinadores.
            Amanhã a coluna vai aprofundar a história da dívida que já “rifou” o Posto Azulino e a sede campestre, envolve a perda do vínculo de 17 jogadores e agora provoca a venda do Baenão. Hoje, a coluna antecipa o que mostra o mapa da dívida atual. O recordista é Raimundo Ribeiro (2007/2008) com R$ 4,4 milhões, mais de 50 processos. Ou seja, 55% do montante. Rafael Levi (2005/2006) com R$ 2,8 milhões (35%) e o restante das gestões de Ubirajara Salgado e José Licinho Carvalho. Mas é importante observar que os bloqueios de renda pagaram as dívidas mais antigas, o que alivia os números de Licinho, Ubirajara e até elimina os números de antecessores. Por isso a história da dívida precisa ser resgatada para a torcida perceber quem são os falsos guardiões do patrimônio do clube, gritando agora contra a venda do Baenão, apesar da larga culpa pela crise.
 
                  Um crédito que aparece como débito
            Gileno, meia que passou pelo Remo na Série B de 2006, cobrou na Justiça uma indenização de R$ 50.696,06. O advogado André Meira provou que Gileno abandonou o emprego e a Justiça fez a inversão. O atleta passou a dever o mesmo valor ao clube, mas ainda não foi localizado para a notificação. No entanto, o crédito ainda aparece como débito no TRT. E essa não é a única distorção.
            Conversando com a juíza Ida Selene, sexta-feira, mostrei o caso Gileno e levantei outras dúvidas. O mapa acusa dívida do Remo com Velber (R$ 99.504,57) que fez acordo em dezembro e está recebendo R$ 10 mil por mês, mais o salário atual. A juíza prometeu para esta semana uma revisão de todos os números.
 
BAIXINHAS
* Por que o Remo não “chiou” contra o mapa da dívida apresentado pelo TRT? É simples. Como o consórcio Agre/Leal Moreira terá que depositar R$ 8 milhões, o clube terá um saldo, além do que vai economizar negociando com os credores no Projeto Conciliar. O Tribunal vai priorizar o pagamento dos credores que fizerem acordo.
* Os maiores credores do Leão no TRT são Thiago Belém, de 2005 (R$ 1.443.122,62); Julinho, de 2006 (R$ 808.979,45); Lucas, de 2006 (R$ 525.478,29) e o menor é o preparador físico Maurício Matos, de 2008 (R$ 622,57). Do atual elenco, são credores: Landu (R$ 146.013,74) e até Gian (R$ 85.594,40), que fez acordo para zerar seu crédito em 2009, recebendo mais de R$ 500 mil da verba da sede campestre.
* Todos os dados da dívida do Remo, publicados nesta coluna, podem ser checados no site do Tribunal do Trabalho (www.trt8.gov.br). Acesse em consultas e nome do reclamado. Você vai conferir todos os processos. Pelo mesmo procedimento, o torcedor do Paysandu pode se informar de uma dívida que está em torno de R$ 5 milhões.
* Paysandu derrubou os questionamentos ao preparo físico. O time resistiu normalmente ao ritmo intenso do jogo contra o Águia, em Marabá. Insisto em dizer que o problema do Papão é a falta de objetividade tática, que vai o time correr mais e render menos na produção ofensiva.
* Thiago Potiguar é mesmo um jogador diferente. Às vésperas da estreia do Papão, contra o Rio Branco, ele deu trabalho aos médicos com virose e contusão. Contrariando a expectativa geral, recuperou-se e desequilibrou no jogo. Semana passada, novamente contrariou expectativas. Recuperou-se de lesão muscular e, mesmo não sendo brilhante, deu sua contribuição ao time contra o Águia, inclusive marcando o gol de honra. 
* Gian, que completou 36 anos na última quinta-feira, disputa a camisa 10 azulina com Canindé para o jogo do próximo domingo contra o Vila Aurora. É o próprio técnico Giba quem admite estar em dúvida entre os dois jogadores.
* Apesar da derrota (2 x 1), o São Raimundo boa impressão em Fortaleza. Paulo Rangel, estreante que fez o gol de honra do time santareno, havia disputado quatro jogos desta Série C pelo Salgueiro/PE. O Fortaleza acusou ilegalidade, mas a transferência é amparada pelo Regulamento Geral das Competições da CBF.   
* Remo pode decidir hoje a compra do terreno da futura Arena do Leão. O dirigente do núcleo jurídico do clube, Mário Maroja Bentes, vai visitar os três terrenos em negociação. O único divulgado é na BR 316, em frente ao Círculo Militar.  * Era óbvio que a CBF não acataria o pedido do Vila Aurora para fazer os dois jogos contra o Remo em Belém, mesmo sob o argumento do clima impróprio em sua região pela baixíssima umidade do ar. Afinal, esse é um problema que afeta diversas regiões do país. 

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