Colunas & Colunistas - A Opniao de Carlos Ferreira

Edição: Paulo Henrique             

 Boa recuperação
O craque paraense Paulo Henrique Ganso, submetido a cirurgia no joelho em São Paulo, passa bem, está se recuperando e fazendo a contagem regressiva para voltar aos gramados. Nossa torcida para que o futebol arte do garoto seja novamente visto por quem admira a prática de um esporte moderno, criativo e eficiênte da maior revelação dos últimos tempos. A seguir, acompanhem os exelentes relatos do colunista Carlos Ferreira em mais uma contribuição para o Blog. (PV).
                     Risco de bloqueios no pagamento do Baenão
           Um colaborador da coluna, muito bem informado da vida dos clubes paraenses na área trabalhista, que não quer ser identificado, faz aos remistas um alerta pertinente e da maior seriedade. Como o Baenão será pago ao longo de 24 meses, é muito provável que surjam novas demandas, não só trabalhistas, mas também da área cível, com cobranças de débitos que podem resultar em ordens de bloqueio junto às empresas que estão comprando o estádio. Ou seja, há risco absoluto de comprometimentos extras para os R$ 32 milhões, o que poderia até inviabilizar a construção da Arena do Leão.
           Esta coluna não está a favor nem contra a venda do Baenão. O compromisso é contribuir para a decisão mais apropriada. Este alerta é mais uma contribuição. Contudo, o colunista ainda considera que vendendo o Baenão, pagando as dívidas e construindo apenas um completo Centro de Treinamentos ainda estará fazendo bom negócio, estruturando-se para crescer como indústria de talentos e futuro exportador. A prova do potencial está em Betinho, que apesar das condições desfavoráveis, revelou-se este ano e já está sendo negociado com o Santos. Ou Raul, que interessa ao Sport Recife, Santos e Atlético/PR. Ou ainda os tantos meninos que estão saindo de graça para clubes do sul e do sudeste.                      
 
                  Uma longa história de perda de patrimônios
            A década de 70 foi de históricas conquistas em campo e o início do endividamento que até agora resulta em perdas para o Remo. Na época, o amadorismo de gestão era tal que o clube construiu uma dívida impagável somente de combustíveis, a ponto de entregar o Posto Azulino à Petrobrás, em 1982. Manoel Ribeiro, Délio Guilhon e Vinícius Bauri de Oliveira são ex-presidentes que carregam essa mancha. Outras administrações de igual modelo fizeram o crescimento da dívida trabalhista até os R$ 8 milhões atuais, mesmo depois dos tantos de bloqueios de renda e até da venda da sede campestre, no final de 2008, por R$ 3 milhões, com os quais o clube pagou R$ 4,5 milhões. É incalculável o que o Remo pagou de débitos trabalhistas nos últimos 30 anos, para mesmo assim ainda estar em asfixia financeira, vendendo o Baenão.
            Os períodos mais críticos do endividamento remista estão situados na desastrosa terceira gestão de Manoel Ribeiro (1984/1985) e consequentemente na gestão de Hamilton Guedes (1986/1987); último ano da segunda gestão de Raimundo Ribeiro(1994); Roberto Porto(1997/1998); Licinho Carvalho (2001/2002) quando enfrentou a maior bonança da história do Paysandu; segundo ano da gestão de Ubirajara Salgado (2004); segundo ano da gestão de Rafael Levi (2006) e a devastadora gestão de Raimundo Ribeiro (2007/2008). O Remo viveu fases tão insustentáveis que precisou formar diversas juntas governativas, quando ninguém admitia ser presidente.
 
                            Perdas do Leão na Lei Pelé
            Que outro clube brasileiro perdeu o vínculo de 17 jogadores na Justiça do Trabalho nos primeiros 10 anos da Lei Pelé? O Remo deve ter aí o seu mais vergonhoso título de campeão nacional, por absoluta incompetência na administração.
            Atraso de salários e falta de repasse de FGTS e INSS provocaram o desvinculamento, na Justiça, de Rogerinho Gameleira, Belterra e Ney na gestão de Licinho Carvalho; Balão, Velber, Jaílson, Valdemir na gestão de Ubirajara Galgado; Rodrigo e Thiago Belém na gestão de Rafael Levi; Landu, Zé Soares, Diego Barros, Adriano Miranda, Alencar Baú , Evandro, Cicinho e Da Silva na gestão de Raimundo Ribeiro. No mesmo período, a Justiça desligou três da Tuna: Helinho em 2004, Japonês e Dudu em 2008, e apenas dois do Paysandu: Rodrigo Félix e Evandro, em 2006. Agora é Moisés quem pleiteia desligamento do Papão, com decisão do TRT programada para a próxima quinta-feira.

                      Desvantagem de ser 2º na Série C
            A classificação do Paysandu só escapa de o time for  incapaz de vencer um dos dois últimos jogos, contra São Raimundo na Curuzu e Rio Branco do Acre, adversários que lutam contra o rebaixamento. Mas a classificação em 1º lugar, que parecia faturada, está seriamente ameaçada. Se escapar, fará grande diferença.
            Como primeiro do atual do grupo, o Papão decide o acesso jogando em Belém na véspera do Círio, com o Mangueirão lotado. Como segundo, fará o jogo decisivo no nordeste, contra Alecrim, ou ABC ou CRB, no domingo do Círio de Nazaré.               
 
BAIXINHAS
* No confronto com o São Raimundo, domingo, o Paysandu vai defender a invencibilidade na Curuzu. O time bicolor não perde no seu estádio há 35 jogos (27 vitórias e 8 empates), dois anos e três meses. A última derrota foi para o Ananindeua (3x1), em maio de 2008, pelo campeonato estadual.
* Depois do próximo domingo, a torcida bicolor só verá o Papão jogando em Belém por esta Série C no “mata mata” do acesso, dia 2 ou dia 9 de outubro. Ou seja, haverá um espaço de 27 a 34 dias de um jogo para outro.  
* Entre os 17 jogadores que o Remo perdeu na Justiça Trabalhista nos primeiros 10 anos da Lei Pelé estão Jaílson e Valdemir, que em 2003 (gestão de Ubirajara Salgado) estavam emprestados pela Tuna. Ou seja, o Remo perdeu até quem não era dele. A Tuna cobrou, mas não recebeu indenização.
* Por e-mail, Licinho Carvalho faz análise da sua gestão no Remo, relata feitos como o pagamento de 50% de um passivo de R$ 1,2 milhão negociado pela gestão anterior com o TRT, títulos nos esportes amadores, revelações no futebol e até baile de debutantes. Fecha lembrando que os maiores clubes do mundo também tem grandes débitos e que o Remo deveria negociar prazos e meios para o pagamento do passivo atual.
* Licinho defende, portanto, o que já foi feito inúmeras vezes e nunca funcionou no Remo. Não relatou, mas no último ano da sua gestão (2002) a penúria financeira do clube era tamanha que até se cogitou desistir da Série B. Abelardo Sampaio foi chamado para formar um modesto time regional, dentro das apertadíssimas condições financeiras, que superou as expectativas, fechando a campanha em 8º lugar.
* Magnum, paraense que brilha no Nagoya Grampus e está cotado para defender a seleção japonesa, teve uma longa conversa com este colunista pelo telefone. As revelações, os planos e opiniões de Magnum estarão na coluna de amanhã.  
* Fórum de Segurança dos Estádios reúne hoje no Pará Clube dirigentes de clubes e proprietários de estádios do futebol profissional. Vai ser um dia inteiro de palestras e debates, numa preparação para exigências a cada ano mais rigorosas. A promoção é da FPF.
* Palestrantes no Forum: Osmar Nascimento (PM), Daniel Rosa (Corpo de Bombeiros), Raimundo Nonato Caldas (Vigilância Sanitária), engenheiro Paulo Romano e arquiteto Ronald Almeida, ambos da comissão nacional de avaliação dos estádios, e os promotores públicos Domingos Sávio e Nilton Gurjão.

Fonte: O Liberal, Coluna do Jornalista Carlos Ferreira

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