NOTICIA EXTRA: Operação interdita nove farmácias em Belém

Edição: Cleoson Vilar e Paulo Henrique

Venda de remédios contrabandeados e de anabolizantes de animais estão entre as irregularidades
Uma operação realizada durante todo o dia de ontem fiscalizou 15 farmácias com o objetivo de coibir a venda de medicamentos falsificados e contrabandeados. Denominada “Efeito Colateral II”, a operação do Conselho Regional de Farmácia (CRF) contou com a parceria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe) e Vigilância Sanitária Municipal.Dos locais fiscalizados, nove foram interditados e quatro pessoas foram presas. O primeiro estabelecimento vistoriado foi a Farmácia Vânia, situada na avenida Roberto Camelier, no Jurunas. No local, a equipe constatou que a farmácia não tinha autorização para funcionamento e vários medicamentos sem registro eram vendidos. Além disso, o local não dispunha de farmacêutico. “No Brasil é obrigatória a presença de um farmacêutico. O estabelecimento terá um prazo de cinco dias para a contratação de um profissional”, esclareceu Nelson Oliveira, fiscal do CRF.
A farmácia já havia sido autuada e, desta vez, foi interditada pela Anvisa. Adilson Bezerra, chefe de segurança institucional da Anvisa, informou que a multa por interdição pode variar de R$ 1,5 mil a R$ 1,5 milhão. A multa pela ausência de farmacêutico custa, em média, R$ 1,6 mil. O proprietário da farmácia, Jecilandi Silva, afirmou que o local não estava irregular, mas admitiu que já vendeu o Cytotec, utilizado como abortivo.
A poucos metros da farmácia, outro estabelecimento foi interditado. A farmácia São Miguel, situada na rua de mesmo nome, foi fechada por vender medicamentos de maneira fracionada, sem registro na Anvisa e ausência de farmacêutico. O proprietário, Maurício Souza, alegou estar passando por problemas financeiros que o impossibilitaram de manter os registros em dia.

ANABOLIZANTES
Na rua Antônio Barreto, bairro do Umarizal, a fiscalização encontrou vários anabolizantes, produtos contrabandeados do Paraguai. No local funcionava a farmácia Pague Menos e uma clínica de fonoaudiologia. Até mesmo anabolizantes de uso veterinário e medicamentos falsificados (estimulantes sexuais) eram vendidos no local. Segundo Rogério Morais, delegado da Dioe, tudo indicava que a aplicação dos produtos também era realizada no estabelecimento, pois várias seringas foram encontradas em uma lixeira.
Por vender medicamentos sem registro, o proprietário da farmácia Pague Menos, Nivaldo Meireles, foi preso. Ele passou mal e precisou ser encaminhado a um hospital. Um estabelecimento no bairro da Sacramenta também foi interditado. Na fachada do prédio constava o nome “Laboratório Clinlab”, mas havia várias salas no prédio. No local foi presa Jaqueline Lyra, por comercializar medicamentos contrabandeados e adulterados.
Também foi preso Gilberto Gonçalves, do Mercadão dos Medicamentos, no bairro da Campina. Na farmácia, a equipe encontrou remédios falsificados e sem registro. Gilberto foi levado à Dioe, passou mal e foi atendido pelo Samu 192.
Pela parte da tarde, o proprietário de uma filial da farmácia Mundo Verde, Ebenezer Castelo Branco, foi preso em flagrante. No estabelecimento foram encontrados anabolizantes, suplemento de alimentos sem registro no Brasil e também foi confirmado que a farmácia não possui alvará da vigilância sanitária. Ebenezer foi conduzido para a sede da Polícia Federal.
Segundo Adilson Bezerra, Chefe de Segurança Institucional da Anvisa, o maior fornecedor desses produtos na capital é um homem chamado Solano. Ebenezer confirmou que faz os pedidos para ele. (Diário do Pará)

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