Colunas & Colunistas - A Opinião de Carlos Ferreira

Edição: Paulo Henrique


Soma de Pontos
Não está sendo fácil para os paraenses somar pontos no Brasileiro. Somente o Paysandu mantem sua performance na liderança, com duas vitórias em 2 jogos, sendo que os outros concorrente precisam melhorar suas condições, visando as fases futuras. Acredito que Remo e Paysandu vão seguir, entretanto, se vacilarem podem ser surpreendidos, mas só nos resta torcer para o sucesso dos representantes do Pará nas competições Nacionais. Somar pontos é o maior desafio de todos e Carlos Ferreira da algumas dicas para que isso aconteça. Ótima semana aos queridos Leitores/Internautas! (PV)

Mesmo sem brilho, a vitória e a liderança
O goleiro Alan, do Águia, fez sua primeira defesa importante aos 21 minutos do segundo tempo, em jogada de Marquinhos. O Papão se excedeu nos toques para os lados. Teve mais posse de bola e o controle do jogo, mas sem objetividade. O time bicolor esteve muito abaixo da brilhante atuação com que goleou o Rio Branco (6 x 2) na estreia, mas jogou o suficiente para merecer a vitória por 2 x 0, manter a invencibilidade na Curuzu (agora 36 jogos – 28 vitórias e 8 empates) e reconquistar a liderança do grupo com seis pontos. O Papão tem um ponto a mais e um jogo a menos que o Fortaleza.
Thiago Potiguar, tão brilhante contra o Rio Branco, ontem foi figura discreta. Quem fez a diferença foi Sandro, que mandou nas ações do meio de campo. A maior virtude do Papão foi o acerto de passes. É um time que está bem entrosado, jogando em passes curtos a médios, com bola no chão, sempre em boa movimentação. Ontem, no entanto, insistiu demais nas jogadas pelo meio. É um problema que talvez se resolva com a volta de Moisés, provavelmente já no próximo sábado, em Fortaleza, contra o vice-líder Fortaleza.
O Águia ficou devendo. Time tenso (seis cartões amarelos e a expulsão do preparador físico só no primeiro tempo), muito envolvido pela má atuação da arbitragem, sem a aplicação tática tão característica do time aguiano. Cresceu no segundo tempo, com postura mais ofensiva, a ponto de carimbar a trave em chute de Analdo e causar alguns outros incômodos a sempre atenta zaga bicolor.

Leão, não mais que razoável
Com uma vitória em casa e dois empates fora, o Remo tem resultados bem razoáveis, dividindo a liderança do grupo com o América e apenas um ponto à frente do Cristal, dois adversários que já fizeram dois jogos em casa e que o Leão vai enfrentar em Belém na segunda virada do grupo. Nessas condições, o time azulino está muito bem encaminhado para a classificação, mas com um futebol confuso, principalmente nas ações ofensivas.
Pelo futebol que está mostrando, lento e previsível, o Leão ainda não passou confiança. No Amapá foi o dono do jogo e não conseguir vencer o Cristal. Ontem, no Amazonas, teve alternância de domínio com o América e a vitória nas mãos até os 40 minutos do segundo tempo, quando sofreu o castigo do gol de empate. Ao final do jogo, Giba reconheceu que o time remista precisa ter maior dinâmica. E precisa mesmo! Se repetir o futebol mixuruca que jogou mostrou até agora nesta Série D, poderá se enrolar com o América no Mangueirão e complicar uma situação que está razoavelmente tranqüila.
Não se discute empenho. Giba tem sido um profissional dedicado e o elenco também. Porém, por enquanto, o suor não está se traduzindo no objetivo de envolver os adversários. O time é muito caro para o que está produzindo.

Enfim, capital superando o interior
Em 2008 foi o Águia e em 2009 foi o São Raimundo que salvou a pátria paraense no campeonato nacional, compensando fracassos dos times da capital. Ano passado o Remo chegou ao supremo vexame de nem entrar na Série D. Este ano, por enquanto, a capital está voltando a superar o interior.
O Paysandu é 100% na Série C. É líder com seis pontos em dois jogos, enquanto o Águia é terceiro com dois pontos em três jogos e o São Raimundo é quarto com um ponto em dois jogos. O Remo, com cinco pontos, divide a liderança com o América na Série D, enquanto o Cametá é “lanterna” com um ponto.

Mais um talento paraense desponta no Santos
Thiago Alves, 17 anos, eleito melhor jogador da copa internacional júnior, conquistada ontem pelo Santos, em final com o Flamengo, é o mesmo Thiago Marabá, que o Remo entregou de bandeja no início de 2008 por uma injustificável hesitação para assinatura de contrato. O Santos ganhou o presente e Thiago começa a repetir o sucesso de Ganso, que o clube paulista ganhou do Paysandu.
Embora chamado no Remo de Thiago Marabá, a nova revelação santista é natural de São João do Araguaia. Meia esquerda talentoso, que numa preliminar, no Mangueirão, em 2007, me impressionou jogando pelo sub 15 do Leão. Thiago acaba de se credenciar para as primeiras oportunidades no time profissional do Santos, depois de dois golaços contra o Peñarol do Uruguai e mais um na decisão, contra o Flamengo. Entrou na copinha como reserva e saiu como maior craque. É mais uma história para atestar a obtusidade que impera no futebol paraense em relação às revelações da base.

BAIXINHAS
* Como Paysandu e Tuna, berços de Paulo Henrique Ganso, o Remo vai “chupar o dedo” no sucesso de Thiago Alves e torcer para o Santos fazer fortuna ao vendê-lo para faturar a comissão de formador. Afinal, o futebol não perdoa os obtusos.
* Lance do primeiro gol de Bosco foi incomum. Poucos são os laterais brasileiros, atualmente, que arrumam com um pé, derivando para o meio e chutam com o outro. Foi o que fez o lateral direito do Papão para balançar a rede com um belo tiro de pé canhoto.
* Canindé atribui ao técnico Giba a autoria do seu apelido no futebol. Quando chegou ao Santos é Márcio, o menino de Canindé, interior de Sergipe. O comandante, Giba, na base santista, resolveu chamá-lo de Canindé e o apelido apagou o nome. Agora os dois se reencontram no Baenão. O meia deve estrear no próximo domingo, contra o América, no Mangueirão.
* Valderi, paraense de Quatiputu, ex-Tuna e Remo, é um reserva que cresce de cotação no Paraná Clube, na Série B. Sábado, entrou no segundo tempo e sofreu o pênalti que resultou no quarto gol da goleada de 4 x 0 sobre o Náutico. Nos últimos anos vinha jogando na Caldense/MG. Em 2001, um gol de Valderi, contra o Sergipe (1x0), no Baenão, salvou o Remo de rebaixamento.
* Charles Guerreiro precisou ameaçar não trabalhar no jogo de ontem para conseguir guardar o carro no estacionamento da Curuzu. O preparador físico João Teles Pompeu teve que deixar o carro na rua. Tudo isso por uma trapalhada, por norma inventada à última hora. As queixas foram direcionadas ao diretor Maurício Maciel.
* Volante Radamés, que já acertou todas as bases financeiras com o Paysandu, só depende do “ok” de Charles Guerreiro para viajar e se apresentar na Curuzu. Tem 24 anos, jogou no Fluminense, Náutico, Al Zaeera dos Emirados Árabes e Botafogo de Ribeirão Preto. É casado com a modelo Viviane Araújo.
* Torcedores remistas foram maioria absoluta entre os 860 espectadores do jogo América/AM x Remo, em Rio Preto da Eva. O jogo rendeu R$ 7.250,00. No jogo anterior, em casa, contra o Cristal/AP, o América atraiu apenas 162 pagantes.
* Mesmo com os números não correspondendo aos fatos, o Paysandu reina nas arquibancadas da Série C. Ontem foram 9.993 pagantes. Na estreia, 5.633 pagantes anunciados. Total: 15.626. Nas bilheterias, R$ 302.262,00 nos dois jogos.

Fonte: O Liberal, Coluna do Jornalista Carlos Ferreira

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